Deputada pede mais campanhas para uso de preservativo por jovens
04/06/2014 - 16:42

A deputada Rosane Ferreira (PV-PR) pediu, nesta quarta-feira (4), a realização de mais campanhas para sensibilizar os jovens quanto à importância do uso de preservativos. “Um a cada três jovens com vida sexual ativa não usa camisinha, não está se protegendo contra o HIV”, destacou, citando pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Esses jovens não se conscientizaram porque não conviveram com os casos graves de Aids que nós convivemos”, completou, em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. Ela foi uma das autoras do requerimento para o debate. A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), por sua vez, destacou que não existe cartilha sobre Aids apropriada para deficientes auditivos.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que, de fato, crescem os índices de Aids entre a população de 15 a 24 anos, sobretudo entre jovens gays do sexo masculino. O problema tem se agravado nas regiões Norte e Nordeste. Segundo ele, o ministério vai promover campanhas específicas para essas localidades. “Porém, as pessoas são protagonistas de suas próprias vidas, e elas também têm sua responsabilidade”, salientou.
Segundo ele, levantamentos revelam que os jovens conhecem os métodos de prevenção, mas que 70% deles optam por não usar camisinha.
Investimentos
Chioro também abordou na audiência os programas prioritários e principais realizações da sua pasta. Ele informou que o orçamento do ministério cresceu 58% de 2010 a 2014, sendo que os recursos para Atenção Básica na Saúde subiram 105% nesse período. “Onde a atenção básica é benfeita, os resultados para a saúde da população são significativos”, comentou. Entre os ganhos, ele citou a redução da taxa de mortalidade infantil (crianças até 5 anos), que caiu 70% entre 1990 e 2013. De acordo com o ministro, o programa Saúde da Família já alcança 58% da população.
O deputado Eleuses Paiva (PSD-SP) ressaltou que pesquisa do Ibope mostra que 83% da população consideram que a pior gestão do governo Dilma Rousseff é na área da saúde. Chioro rebateu esse argumento e disse que as sondagens também mostram que a maior insatisfação do povo é com os serviços privados de saúde, e não com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Paiva destacou ainda que 13 mil leitos foram fechados no Brasil durante a gestão do último ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, os poucos que existem são mal distribuídos. "As filas nos hospitais são enormes. É preciso ver a distribuição desses leitos."
Chioro afirmou que a redução de leitos hospitalares é um fenômeno que tem ocorrido em todo o mundo e decorre do fato de o cuidado no domicílio estar sendo priorizado. “R$ 55 milhões foram investidos em 2014 para custeio das equipes que atendem em domicílio”, informou. Além disso, ele salientou que houve diminuição dos leitos psiquiátricos, devido à mudança na política antimanicomial, aprovada pelo Congresso.
Prioridades da pasta
Entre as preocupações atuais da pasta, Arthur Chioro citou o sobrepeso dos brasileiros. Conforme o ministro, 50,8% da população das capitais brasileiras estão com excesso de peso. “Cerca de 2,7 milhões mil mortes poderiam ser evitadas todos os anos se as pessoas tivessem uma alimentação adequada”, observou.
Chioro também ressaltou que o ministério se preocupa com o consumo excessivo de álcool e de crack. "O SUS está sendo organizado para acolher esses dependentes", destacou. O deputado Osmar Terra (PMDB-RS) apontou a lentidão com que o governo combate o problema do crack.
De acordo com o ministro, outra dificuldade que se coloca para o sistema nacional de saúde é o rápido envelhecimento da população. De acordo com dados apresentados por Chioro, em 2038, o número de idosos dobrará em relação a 2010 e a população nessa faixa etária passará a predominar sobre a de jovens (0 a 14 anos).
Reportagem – Lara Haje
Edição – Marcelo Oliveira