Para governo, compra de refinaria pela Petrobras já está sendo investigada
Líder da base governista na Câmara rejeita ideia de criação de CPI por meio de projeto de resolução.
25/03/2014 - 13:32
A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmaram hoje que as investigações sobre a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006, já estão sendo realizadas por Ministério Público, Polícia Federal, Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União.
Eles ressaltaram ainda que já foram aprovados convites a autoridades do governo para virem à Câmara explicarem o caso. O negócio custou à estatal 1,18 bilhão de dólares, quase 30 vezes o valor pago pela empresa belga Astra para adquirir a mesma refinaria, um ano antes.
Chinaglia afirmou que a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara para investigar o assunto por meio de projeto de resolução só poderia ocorrer por consenso, na sua visão. O líder da Minoria na Câmara, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), já anunciou que pretende apresentar um projeto de resolução para a criação desta CPI na Casa. Em caso de aprovação do projeto, o pedido do PSDB não precisaria entrar na lista de espera para criação de CPIs, e a comissão poderia ser instalada imediatamente. “Creio que as bancadas não vão abrir mão das suas prioridades para essa CPI”, disse Chinaglia.
São necessárias 171 assinaturas de deputados para o projeto de resolução que cria a CPI. Depois disso, a proposta precisar ser votada pelo Plenário da Câmara.
Outra iniciativa em andamento é a de criação de uma CPI mista, de deputados e senadores, para investigar o mesmo assunto. Nesse caso, além dos 171 deputados, 27 senadores devem assinar o requerimento, que não precisa ser votado pelo Plenário do Congresso. “Vamos trabalhar tanto na Câmara quanto no Senado para fazer o debate publicamente, mas não vamos contribuir para construir um palco para a oposição desgastar o governo”, ressaltou Chinaglia.
Avaliação brasileira
Em relação ao rebaixamento da classificação de risco do Brasil pela Standard & Poor’s (S&P), Ideli Salvatti afirmou que “a política econômica tem melhorado a qualidade de vida da população”. Para ela, a nota da agência de risco tem que ser analisada com cautela.
Reportagem – Lara Haje
Edição - Daniella Cronemberger
