Árbitros pedem mais autonomia; Romário critica falta de capacitação dos profissionais

03/12/2013 - 18:19  

A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (3) audiência pública para discutir a situação dos árbitros de futebol no Brasil. Segundo o presidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol, Marco Antônio Martins, o maior problema desses profissionais é a falta de liberdade para gerenciar suas carreiras.

Martins explicou que, atualmente, os árbitros trabalham ligados à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ou a confederações locais, mas legalmente não têm nenhum vínculo empregatício com essas entidades. "[Os torcedores, os jogadores e a imprensa] Exigem atuação profissional dentro de campo, porém, fora das quatro linhas, a grande maioria dos árbitros é amadora e existe uma dificuldade muito grande de preparação para os jogos”, relatou.

Ele pediu mais autonomia e segurança jurídica aos árbitros: “queremos cuidar da nossa própria carreira e organizar a categoria, com auxílio do sindicato”.

Erros de arbitragem
Em outubro deste ano, a lei (12.867/13) que profissionaliza a arbitragem no Brasil foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff, mas o artigo que determinava punição para erros de arbitragem foi vetado. E são essas falhas a principal reclamação de clubes, atletas e torcedores.

Para aprofundar essa discussão, o deputado Edinho Bez (PMDB-SC) informou que será constituído na Câmara um grupo de trabalho para discutir formas de punir os erros de arbitragem. "O objetivo é encontrarmos critérios de avaliação: dependendo da falha, o árbitro poderá ser isentado; se o erro for grave, estará sujeito a suspensão ou algo parecido”, disse.

De acordo com o deputado Romário (PSB-RJ), campeão do mundo em 1994 com a seleção brasileira, os erros são causados principalmente pela falta de capacitação da arbitragem.

Por sua vez, o deputado Danrlei de Deus Hinterholz (PSD-RS) salientou que, muitas vezes, as falhas da arbitragem são o início de conflitos entre torcidas logo após o término da partida. O ex-goleiro do Grêmio destacou que defende a independência dos árbitros.

Escalação
Durante o debate, Marco Antônio Martins reclamou da forma como os árbitros são escolhidos para participar dos jogos: dois nomes são indicados pela federação e o sorteio é realizado entre esses dois profissionais. Ele explicou, entretanto, que existem hoje no Brasil mais de 600 árbitros e essa forma de seleção faz com que o tempo entre um jogo e outro ultrapasse um mês.

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Marcelo Oliveira