Parlamentares repercutem decisões com base no laudo médico de Genoino
26/11/2013 - 21:42
Deputados repercutem o laudo médico que vai servir de base para a decisão sobre a modalidade de prisão do deputado José Genoíno. Divulgado nesta terça-feira (26) e assinado por cardiologistas da Universidade de Brasília, o laudo afirma que a cardiopatia do deputado "não se caracteriza como grave", mas recomenda que os medicamentos sejam "rigorosamente mantidos enquanto perdurar o tratamento anticoagulante".
Outro trecho afirma não ser "imprescindível a permanência domiciliar fixa do paciente". O laudo da UnB foi pedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, para embasar a decisão se Genoíno cumprirá prisão domiciliar ou em regime semiaberto por sua condenação no processo do mensalão.
Para o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que é médico, "prender um cidadão nessas condições é ampliar os fatores estressantes que podem levar ao óbito. Para a Sociedade de Cardiologia, um paciente que teve uma dissecção da aorta, com prótese e que está sob observação, não é considerado cardiopatia grave. Mas é gravíssimo: o índice de mortalidade dessa cirurgia, se eu não me engano, é de 90%".
Já o líder da Minoria, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), garantiu que a oposição vai se orientar pelo laudo médico da Câmara, mas ressalta que é preciso manter o que prevê o regimento para esses casos. "Se apresentar o laudo, nós da oposição não teremos nenhum tipo de óbice em relação àquilo que é legal, justo e verdadeiro. Mas precisamos do laudo. Se realmente provar que ele pode se aposentar dentro do seu mandato, eu acho um pouco absurdo, mas não vamos colocar nenhum óbice em relação a isso".
O laudo da Câmara vai se basear em exames realizados na segunda-feira, na casa da filha de Genoíno, em Brasília, onde o deputado cumpre prisão domiciliar.
Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição – Regina Céli Assumpção
