Consumidor

Distribuidoras reconhecem problemas no fornecimento de energia

Representantes das elétricas do Pará e do DF afirmaram que há falhas no serviço e anunciaram investimentos para melhorar serviços. Companhia Energética de Goiás não compareceu ao debate. As empresas dos três estados figuram nas últimas posições do ranking de qualidade elaborado pela Aneel

05/06/2013 - 15:11  

Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados
Audiência pública para esclarecimentos acerca dos sucessivos apagões elétricos ocorridos nas regiões Centro-Oeste e Norte e sobre os possíveis prejuízos causados aos consumidores devido às constantes quedas de energia
Representantes de elétricas anunciaram investimentos que chegam a R$ 600 milhões no setor.

Representantes de distribuidoras de energia do Pará e do Distrito Federal reconheceram, nesta quarta-feira (5), problemas no fornecimento do serviço aos consumidores e apresentaram propostas de investimentos em média de R$ 550 milhões para atender parâmetros do Governo Federal. Deputados presentes à audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor sobre o tema cobraram melhoria nos serviços.

As Centrais Elétricas do Pará (Celpa) ficaram na última colocação no ranking da qualidade de serviço das distribuidoras de energia do País em 2012, feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre as distribuidoras de grande porte (mercado faturado anual de energia maior que 1 terawatt/hora).

A Companhia Energética de Goiás (Celg) e a Companhia Energética de Brasília (CEB) também figuraram as últimas posições. O ranking é elaborado com base em um indicador da agência estabelecido pela frequência e pela duração das quedas de energia.

O diretor-presidente das Centrais Elétricas do Pará (Celpa), Raimundo Nonato de Castro, reconheceu a existência de um “quadro caótico” na qualidade dos serviços de distribuição de energia da empresa. “Estamos em uma situação de apagão, é quase uma vez por semana que falta energia. Chegamos ao extremo”, disse. Castro lembrou que a holding que administra a Celpa assumiu a concessão em novembro de 2012.

De acordo com Castro, a companhia tem um plano de investimento de R$ 603 milhões para 2013 em ações como a reestruturação do sistema, a limpeza das áreas das linhas de transmissão e a melhoria do serviço de callcenter.

Endividamento
Já o diretor de Operação da Companhia Energética de Brasília (CEB), Manoel Clementino Barros Neto, disse que a distribuidora tinha uma situação crítica em 2011, com endividamento de R$ 877 milhões e mais de 10 anos de baixos investimentos e sem contratar funcionários. A empresa ficou com a terceira pior posição em relação à qualidade no ranking da Aneel de 2012.

Segundo ele, a empresa irá investir R$ 500 milhões até 2017 em melhorias. Entre as alterações já feitas citadas por Barros Neto estão a revisão de contratos, redução de horas extras de funcionários e alienação de bens para utilizar os recursos em investimentos.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Rachel Librelon

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