Política e Administração Pública

PSDB protocola mandado de segurança contra PEC sobre decisões do STF

Partido entende que proposta fere a tripartição e a autonomia dos Poderes. Autor da medida afirma ter se baseado em decisões recentes do Supremo que, em sua avaliação, invadem a competência do Legislativo.

25/04/2013 - 16:45  

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Dep. Carlos Sampaio (PSDB-SP) fala sobre o mandado de segurança contra PEC 33, que o PSDB protocolará no STF
Sampaio: proposta ofende cláusula pétrea e gera atrito desnecessário entre os Poderes.

O PSDB protocolou, nesta quinta-feira (25), um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 33/11, que submete as decisões do STF ao Congresso Nacional. A admissibilidade da proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) nesta quarta-feira (24)

No recurso ao Supremo, o PSDB argumenta que a PEC afronta a autonomia da mais alta corte judicial do País, que é a única instância com autonomia, isenção e imparcialidade para julgar as causas referentes à constitucionalidade da legislação. Mesmo diante do compromisso da presidência da Câmara de não instalar a comissão especial para analisar a PEC enquanto não for concluído o levantamento sobre o aspecto jurídico da proposta, o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), incluiu no mandado de segurança um pedido de liminar para a suspensão imediata da tramitação da PEC.

“Ela ofende uma cláusula pétrea, uma cláusula imutável da Constituição Federal, que é a tripartição dos poderes e a autonomia desses Poderes. Essa PEC, longe de contribuir em alguma coisa, é uma aberração, uma medida descabida”, afirmou. Sampaio disse não entender os motivos do autor da iniciativa que, em sua avaliação, "em nada contribuem para uma convivência pacífica e harmoniosa entre os poderes. Muito pelo contrário, gera um atrito desnecessário”.

Quórum
Além de submeter decisões do Supremo ao Congresso, a PEC também amplia de seis para nove o número mínimo de ministros do STF necessários para declarar a inconstitucionalidade das leis. O autor da proposta, deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) admite que se baseou em decisões recentes em que o Supremo supostamente teria exercido o poder de legislar, exclusivo do Legislativo.

“É para fortalecer essa prerrogativa nossa que vive sendo adulterada pelo Supremo. Veja o caso dos precatórios e a decisão sobre os royalties de petróleo. A meu ver, isso é colocar o Congresso de joelhos, é humilhar a soberania do povo que nos coloca aqui e, portanto, é prejudicar o Estado Democrático de Direito, que preserva a separação dos três poderes”, disse.

As Associações dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) fizeram duras críticas à PEC e manifestaram preocupação com o risco de insegurança jurídica.

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Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Rachel Librelon

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