Conselho de Ética analisa nova representação contra Bacelar
No último dia 17, conselho arquivou denúncia de nepotismo contra o deputado.
07/08/2012 - 12:16
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar se reúne hoje para analisar denúncia do Psol contra o deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) e o do deputado licenciado Marcos Medrado. Com base em reportagem do jornal O Globo, o Psol os acusa de participar de um esquema de compra e venda de emendas ao Orçamento da União. No último dia 17, o conselho arquivou denúncia de nepotismo contra Bacelar.
Procurado pela Agência Câmara, Bacelar disse que se trata de uma denúncia requentada e irresponsável e que é vítima de perseguição do jornalista Paulo Celso Pereira, antes na revista Veja e agora no jornal O Globo. O deputado afirmou ainda que não elaborou sua defesa porque não recebeu a denúncia.
Para o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), as últimas denúncias são gravíssimas e precisam ser investigadas, pois, se confirmadas, ferem o Código de Ética e Decoro Parlamentar.
Segundo o jornal, a ex-mulher de Bacelar, Isabela Suarez (filha de Carlos Suarez, um dos maiores empreiteiros da Bahia, fundador da OAS) disse que o deputado comprava emendas de vários parlamentares que o procuravam em busca de recursos para campanha.
Isabela teria contado à irmã de Bacelar, Lílian Bacelar, que Geraldo Simões (PT-BA) seria um dos deputados federais que venderam emendas para o ex-marido. A irmã trava com ele uma briga judicial por herança e, por isso, tornou público o diálogo.
O jornal diz que Bacelar tinha, inclusive, uma tabela pela qual acompanhava os recursos enviados por Geraldo Simões e Marcos Medrado — e por um ex-deputado federal, Fernando de Fabinho.
De acordo com a tabela, Medrado havia enviado duas emendas para cidades baianas onde Bacelar foi o deputado mais votado: R$ 2 milhões para Canarana e outros R$ 2,5 milhões para Ibipeba.
Deformação
Para Chico Alencar, se a denúncia for comprovada estará havendo uma deformação do direito do parlamentar de apresentar emendas ao Orçamento da União.
"A origem disso tudo é o sistema de emendas individuais ao Orçamento, que permite que elas acabem se tornando moeda de troca eleitoral. A liberação de emendas também acaba virando moeda de troca para apoio a projetos do governo. O ideal é que só houvesse emendas coletivas para programas de governo", afirmou.
A reunião será realizada às 14h30, no Plenário 7.
Da Redação/WS