Educação, cultura e esportes

Oposição questiona Orlando Silva sobre irregularidades em convênios

25/10/2011 - 20:55  

Durante a audiência pública sobre a realização da Copa do Mundo de 2014, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, sofreu fortes ataques de deputados da oposição, que cobravam a saída do cargo por conta das acusações de supostas irregularidades na execução do Programa Segundo Tempo.

Os líderes do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), e do PSDB, Duarte Nogueira (SP), cobraram o afastamento “imediato” do ministro e lembraram que o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para investigar as denúncias de irregularidades no ministério.

“Um investigado pelo STF não deveria estar sentado nessa cadeira como ministro dos Esportes. Se tivesse respeito ao País, [Orlando Silva] daria direito ao contraditório, como qualquer pessoa com convicção de inocência faria: deixaria o ministério enquanto durassem as investigações e, se nada for comprovado, voltaria”, declarou Nogueira.

Segundo o líder do PSDB, as denúncias permitem identificar um método nas supostas irregularidades. “Você escolhe as empresas que ficarão autorizadas a prestar os serviços dos convênios [no programa Segundo Tempo], o interlocutor do PCdoB [partido do ministro] ou do ministério apresenta o pedido de propina de 10% e, em seguida, o convênio é executado. Quem não cumprir, é considerado irregular no ministério”, acusou.

Já ACM Neto cobrou a acareação do ministro com o policial militar João Dias, que acusa Orlando Silva de participar do esquema. “O Brasil não aceita o ministro tratando da Copa do Mundo; o País quer o ministro anos-luz distante da Copa e das Olimpíadas para não manchar os eventos”, afirmou.

“Aliança"
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), também quis fazer um pronunciamento antes da participação do ministro, mas o presidente da comissão, deputado Renan Filho (PMDB-AL), impediu, alegando que Bueno não poderia falar por não ser o líder do bloco PV-PPS, cargo ocupado pelo deputado Sarney Filho (PV-MA).

Diante do impasse, Bueno saiu da comissão acusando a existência de uma “tríplice aliança da roubalheira internacional”, que seria composta pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pelo Ministério do Esporte.

Sem provas
Depois do fim da audiência, Orlando Silva deu entrevista para se defender das acusações. O ministro garantiu que não sairá do cargo e declarou que, até agora, as acusações não trouxeram provas contra ele ou sua conduta no cargo.

“Há 11 dias, sofri um ataque calunioso. Há 11 dias, disse que não há e não haverá provas, porque fato não há. É uma farsa, uma mentira para desestabilizar”, declarou o ministro, que afirmou estar tranquilo: “Tenho a serenidade dos justos, estou do lado da verdade”.

Sobre a decisão da ministra do STF Cármen Lúcia de determinar nesta terça-feira a abertura de inquérito para investigar o envolvimento dele nas supostas irregularidades, Orlando Silva disse que vai consultar seus advogados. “Ao final do processo, terei um atestado de idoneidade”, afirmou.

Reportagem – Rodrigo Bittar
Edição – Ralph Machado

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