Para especialista, revisão do tratado representará encargo descabido ao Brasil
06/04/2011 - 17:15
O presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, criticou a proposta de aumentar o valor pago pelo Brasil em razão da energia cedida pelo Paraguai. Segundo ele, em 2023 o Paraguai será dono de 50% de Itaipu sem ter pagado nada por isso. O Instituto Acende Brasil é um centro de estudos voltado ao desenvolvimento de ações ligadas à transparência e à sustentabilidade do setor elétrico brasileiro.
“Daqui a 11 anos e meio, quando toda a dívida assumida pelo Brasil para construir a usina tiver sido paga, o Paraguai será dono de metade de um empreendimento que valerá 60 bilhões de dólares. E, se assumir os custos e riscos de comercializar a sua metade da usina a preço de mercado, digamos a 45 dólares por megawatt-hora, pode esperar uma receita superior a 2 bilhões de dólares por ano”, afirmou. O valor pago pelo Brasil ao Paraguai por megawatt-hora em 2010 foi de 2,95 dólares.
Sales afirmou ainda que, com a aprovação da proposta, ao longo desse período o Paraguai receberá cerca de 5 bilhões de dólares somente por conta do reajuste dos repasses. “Não faz sentido algum o Brasil, um país que já possui uma das mais altas cargas tributárias do mundo, ainda ter que arcar com mais esse encargo”, afirmou.
* Matéria atualizada à 0h27 de 07/04/2011
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Marcos Rossi