Agência do BNDES para financiar exportação tem apoio na Câmara
20/01/2011 - 17:57
A proposta do ministro do Desenvolvimento Econômico, Fernando Pimentel, de criar uma subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESO Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O banco financia principalmente grandes empreendimentos industriais e de infra-estrutura, mas também investe nas áreas de agricultura, comércio, serviço, micro, pequenas e médias empresas, educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e ambiental e transporte coletivo de massa.) voltada especificamente para fomentar as exportações encontra apoio em parlamentares tanto do governo quanto da oposição.
Ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), recém eleito senador, defende a proposta com convicção e diz haver "absoluta compreensão da sua necessidade", em todos os partidos. "Ainda mais que vem à sombra do BNDES, uma instituição respeitada, que todos sabem ser capaz de operar nessa área e atender aos objetivos", afirma.
Solução prática
Para o deputado Dr. Ubiali (PSB-SP), presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara, a medida é a maneira mais prática de apoiar as exportações, no atual momento econômico, marcado pela valorização acentuada do real.
"É de extrema importância porque facilita as vendas externas da nossa indústria; vai ficar mais fácil negociar", prevê. Dr. Ubiali também acredita que a proposta passará com facilidade pela Câmara, pois encontra apoio nas legendas e em todos os segmentos sociais. Em sua avaliaçãoi, a subsidiária terá papel fundamental nas exportações para mercados pequenos, que compram produtos de qualidade média, que não são nem os europeus de primeira linha nem os chineses/asiáticos de terceira linha.
Do lado da oposição, o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) manifesta simpatia pela ideia, que classifica como "oportuna e necessária".
Tardia e relevante
Na opinião de Armando Monteiro Neto, "é fundamental contar com este tipo de instrumento de apoio ao financiamento da exportação, como fazem os países com maior presença no comércio internacional". É com atraso, observa ele, que o Brasil busca agora montar uma estrutura com esse objetivo.
"Ainda que tardia, a medida é da maior relevância", acentua o deputado, apontando, porém, a necessidade de outras medidas para apoiar o setor exportador, sendo duas em especial: facilitar ao setor a utilização efetiva dos créditos tributários acumulados, "cujo carregamento representa um custo"; e um enxugamento das normas burocráticas que regem os procedimentos aduaneiros, "hoje muito dispersas e complexas".
* Matéria atualizada no dia 21/01/2011, às 15:37
Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro
Edição - Newton Araújo
