Acordo para construção de navios não será prejudicado, diz deputado
13/01/2011 - 10:29

O secretário do Grupo Parlamentar Brasil-Itália, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) acredita que a decisão brasileira de negar a extradição do italiano Cesare Battisti não afetará o acordo de defesa firmado entre os dois países. Nesta semana, o parlamento italiano adiou a votação do tratado já assinado para o desenvolvimento conjunto de projetos para a construção de navios de patrulha oceânica, embarcações logísticas e fragatas.
A aprovação do texto pelo parlamento italiano é o último passo para a entrada em vigor do acordo, estimado em 3 bilhões de dólares. O adiamento, proposto por uma deputada da base de sustentação do primeiro-ministro da Itália, Sílvio Berlusconi, é interpretada como um ato de retaliação à decisão do ex-presidente Lula de não extraditar Battisti.
Vieira da Cunha argumenta que uma eventual não assinatura do documento seria prejudicial para os dois países. "Esses acordos estabelecem interesses recíprocos. Se o Brasil perderá, a Itália também vai perder. Eu espero que prevaleça o bom senso e que não se utilizem desses expedientes para promover qualquer tipo de retaliação, uma vez que as relações entre Brasil e Itália são históricas, e sempre estiveram num excelente patamar”.
O deputado lembra que o governo italiano ainda pode recorrer a cortes internacionais, mas ressalta que o Brasil quer que sua soberania de decidir sobre assuntos como esse seja respeitada. Para ele, seria uma falta de bom senso retardar a assinatura de um acordo militar.
Reportagem – Mônica Montenegro/Rádio Câmara
Edição – Paulo Cesar Santos