Debatedores sugerem integração de polícias para localizar crianças
08/12/2009 - 21:02
O trabalho integrado entre as polícias civil, militar, federal e rodoviária federal foi apontado pelo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Hélio Derenne, como extremamente necessário no combate ao desaparecimento de crianças e adolescentes em todo o País.
Derenne defendeu nesta terça-feira, em audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o desaparecimento de crianças e adolescentes, a centralização de ações e procedimentos de investigação visando à localização dos desaparecidos, além da adoção de uma central única de informações. O diretor citou como exemplo de sucesso nesse trabalho o Paraná, que integrou todos os órgãos estaduais para atuarem em conjunto.
Derenne defendeu ainda a criação de um gabinete de gestão integrada, com participação das polícias, Poder Judiciário, Ministério Público, integrantes dos conselhos tutelares e representantes da sociedade.
A superintendente da Polícia Rodoviária do Paraná, Maria Alice Nascimento, confirmou que o sucesso do estado no resgate de menores desaparecidos está nas parcerias feitas com as outras polícias, com as secretarias e os conselhos tutelares. Ela observou que o Paraná é um estado fronteiriço onde aumenta o risco de desaparecimento de crianças até para o tráfico de órgãos.
Problema social
O chefe da Divisão de Combate ao Crime da Polícia Rodoviária, Giovani Di Mambro, afirmou que a experiência nas rodovias demonstra que o desaparecimento de crianças é mais uma questão social do que um problema policial.
"Alguma coisa está tirando essas crianças de casa. A questão da violência, a degradação familiar, a busca por melhor condição financeira e social, mas o fato é que está muito longe de ser apenas um problema de polícia."
Ele defendeu a inclusão dos retratos das crianças na programação das TVs como uma ferramenta importante na localização dos desaparecidos.
Polícia Rodoviária
O diretor–geral da Polícia Rodoviária Federal, Hélio Derenne, também pediu na audiência mais investimentos na estrutura da PRF. "Precisamos investir mais em tecnologia para o monitoramento de nossas rodovias, na compra de helicópteros para haver um atendimento pré-hospitalar no local e ainda aumentar o nosso efetivo", ressaltou.
Giovani Di Mambro acrescentou que o efetivo da corporação é defasado frente à demanda de ações e ao tráfego de veículos em todo o País. E argumentou que, nos últimos 15 anos, houve um crescimento da frota nacional de veículos de 150%, enquanto o aumento do efetivo da PRF foi de 0,9%.
Reportagem - Paulo Roberto Miranda/Rádio Câmara/SR
