Economia

Temer se compromete com ações de turismo para Copa de 2014

25/11/2009 - 16:29  

Luiz Cruvinel
Temer (C) reafirmou o apoio da Casa à preparação para os dois eventos esportivos.

O presidente da Câmara, Michel Temer, se comprometeu nesta quarta-feira a colocar em pauta os projetos importantes para os setores de turismo e esporte que facilitem a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016. Ele participou do 11º Congresso Brasileiro da Atividade Turística (Cbratur), e reafirmou o apoio da Casa à preparação para os dois eventos esportivos.

Temer destacou que a Copa do Mundo e as Olimpíadas serão indutores do turismo nacional. "O País já tem uma atividade turística extraordinária, e é fundamental que os homens públicos estejam engajados nessa atividade", disse.

O presidente da Comissão de Turismo e Desporto, deputado Afonso Hamm (PP-RS), citou os principais projetos que necessitam ser aprovados. Entre eles, o que regulamenta o mercado de agências de turismo (5120/01); o que facilita a concessão de vistos de turismo para o Brasil (3059/08); e o que reforma a Lei Pelé (5186/05), destinando mais recursos para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), para o esporte escolar e universitário e para clubes formadores - tanto de futebol quanto de todos os esportes olímpicos.

Emendas
"Esses projetos estão prontos para a pauta, e temos de abrir um espaço para essa agenda, que é a estrutura básica dos eventos que vamos realizar", enfatizou. Hamm confirmou também a aprovação de duas emendas da comissão ao Orçamento, com R$ 1 bilhão para esportes e R$ 1 bilhão para o turismo.

O ministro dos Esportes, Orlando Silva, disse que é hora de os setores do turismo e dos esportes andarem lado a lado. Ele lembra que, com a maior visibilidade do Brasil no exterior, o setor do turismo pode ganhar impulso com a realização bem-feita dos dois eventos.

"Se tivermos inteligência, e teremos, tenho certeza que faremos um bom proveito para difundir os nossos destinos turísticos. Vamos promover um país democrático, estável economicamente, moderno do ponto de vista de gestão de economia, de criação, e de inovação", disse.

Imagem
Para o diretor de Turismo de Negócios e Eventos da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), Marcelo Pedroso, os dois eventos representarão uma oportunidade para estampar a marca do Brasil entre os principais destinos turísticos fora do eixo Europa-EUA. "Precisamos nos comparar com o México, por exemplo, por causa da distância desse eixo, já que nunca receberemos tantos turistas quanto a Europa, exceto durante a Copa. O evento significa uma exposição potencial do País para uma gama de possíveis turistas nunca antes atingida.” Pedroso destacou que o foco será o planejamento de marketing antes da Copa, e o treinamento para "receber bem" durante o evento.

A principal meta será reforçar os pontos fortes, que são as belezas naturais e a diversidade cultural, e superar estereótipos que limitam a visão do País ao samba e ao carnaval. Como exemplo, Pedroso citou a Alemanha, que durante a última Copa passou uma imagem de país hospitaleiro e alegre. "Essa imagem não existia. A primeira lembrança de todos nós era da segunda guerra mundial."

Para o consultor Josep Chias, que desenvolveu o Plano Aquarela de ações de promoção do Brasil no exterior, o que falta são ações de marketing das próprias cidades. Além disso, ele avisa que não é apenas responsabilidade do governo pensar o turismo de uma cidade, mas das câmaras de comércio e empresários. "As cidades turísticas desse País, se quiserem sobreviver, precisam fazer um plano futuro, e um marketing no nível de cidade, com gestão pública-privada", avaliou.

Publicidade feia
Chias foi responsável, em 1991, pelo modelo de plano turístico de Barcelona, que preparou a cidade para receber as Olímpiadas de 1992. Além da ausência de iniciativas locais, Chias apontou que não há informações confiáveis sobre o fluxo de turismo nas cidades brasileiras, e a publicidade ainda não tem qualidade. "Os publicitários brasileiros ganham prêmios em Cannes, mas a publicidade de turismo que chega no resto do mundo é feia", assegurou.

Já a preocupação do presidente da Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux, João Luiz dos Santos Moreira, é de que as políticas públicas que estão sendo elaboradas sejam levadas adiante. "Não temos uma tradição de continuidade entre governos. Não há nem garantia que a Marca Brasil, que está sendo muito elogiada, continue", disse. A Marca Brasil foi elaborada para representar o País nas propagandas no exterior, dentro do Plano Aquarela.

Reportagem - Marcello Larcher/SR

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