Saúde

Proposta cria plano de atenção à doença pulmonar obstrutiva crônica

Projeto será analisado por três comissões da Câmara

28/03/2024 - 18:06  

Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Importância das tecnologias no tratamento do Diabetes. Dep. Flávia Morais (PDT - GO)
"Internações por DPOC representam gasto anual de R$ 72 mi", diz Flávia Morais

O Projeto de Lei 949/24 cria o Plano Nacional de Atenção à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), a ser desenvolvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O texto está em análise na Câmara dos Deputados.

Atualmente, conforme o Ministério da Saúde, a DPOC é a terceira causa de óbitos no mundo, e o tabagismo contribui com 80% dos casos da doença. Embora não tenha cura, a doença é tratável com medicamentos e reabilitação pulmonar.

Segundo o ministério, trata-se na verdade de um grupo de moléstias, entre elas a bronquite crônica (estreitamento das vias aéreas causado pela inflamação dos brônquios) e o enfisema pulmonar (danos irreversíveis nos alvéolos).

“Nas últimas décadas, a DPOC foi a quinta maior causa de internação no SUS entre pacientes com mais de 40 anos, representando gasto anual aproximado de R$ 72 milhões”, disse a autora da proposta, deputada Flávia Morais (PDT-GO).

Diretrizes
Segundo Flávia Morais, a proposta enfatiza a prevenção, o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e a promoção da qualidade de vida dos pacientes. Assim, pelo texto em análise, serão diretrizes do plano nacional:

  • a promoção de políticas públicas para a redução dos principais fatores de risco, especialmente o tabagismo, a exposição à fumaça de biomassa e a poluição atmosférica, por meio de ações intersetoriais;
  • o diagnóstico precoce e o tratamento adequado e oportuno;
  • o fortalecimento da atenção primária à saúde, como porta de entrada prioritária para o diagnóstico e manejo da doença, garantindo a continuidade do cuidado e a coordenação do cuidado com outros níveis de atenção à saúde;
  • a capacitação contínua dos profissionais de saúde em todos os níveis de atenção, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos, para o manejo adequado da doença, com ênfase na abordagem multidisciplinar; e
  • a implementação e o fortalecimento de programas de reabilitação pulmonar nos diferentes níveis de atenção à saúde, visando melhorar a capacidade funcional, a qualidade de vida dos pacientes e reduzir as exacerbações e hospitalizações.

Parcerias
União, estados, Distrito Federal e municípios desenvolverão essas iniciativas em parceria. Agentes comunitários de saúde e de combate a endemias deverão participar de atividades de prevenção e de acompanhamento dos pacientes.

Pelo texto, o plano nacional será revisto a cada dois anos, para adequação às necessidades da população. Deverá haver colaboração com entidades para a atualização das práticas no atendimento conforme as evidências científicas.

Próximos passos
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Saúde; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

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Da Reportagem/RM
Edição – Ana Chalub

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