Radioagência

SEMINÁRIO REALIZADO NA CÂMARA DEFENDEU A REGULAMENTAÇÃO DA COMUNICAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL. A REPÓRTER SILVIA MUGNATTO PARTICIPOU.

Em seminário sobre o papel e a carreira do comunicador público realizado na Câmara, a assessora-chefe de Comunicação da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, Allana de Albuquerque, defendeu a aprovação do projeto de lei (PL 1202/22) que busca regulamentar a comunicação pública, que seria a realizada pelos órgãos públicos. Esta, segundo ela, seria uma forma de garantir a isenção da informação. O seminário foi promovido pela Associação Brasileira de Comunicação Pública, ABCPública.

O projeto de lei determina a criação de conselhos de comunicação pública em cada órgão. Este conselho definiria a política de comunicação do órgão para garantir que os conteúdos não privilegiem interesses individuais, partidários e empresariais. Allana disse que a ABCPública tem um Mapa da Regulamentação em sua página na internet que traz os normativos sobre comunicação pública em todos os estados do país. Apenas 45, segundo ela, são políticas de comunicação aprovadas:

“Muitas vezes as chefias das instituições detêm as rédeas da comunicação. Então nós comunicadores públicos ficamos de certa forma engessados a algumas orientações. Muitas vezes nos vemos lutando com a autopromoção em detrimento da missão organizacional e do interesse público”

Allana explicou ainda que o projeto de lei proíbe a terceirização da gestão da comunicação pública para o setor privado. O projeto está em tramitação nas comissões da Câmara, mas também terá que passar pelo Plenário da Casa.

A diretora de Comunicação da Universidade Federal de Sergipe, Maíra Bittencourt, disse que é importante para a comunicação pública mensurar resultados para mostrar aos demais setores dos órgãos a relevância do trabalho. Ela ainda disse que o profissional da área precisa ter um conhecimento amplo das ferramentas de comunicação atuais e também da área de tecnologia da informação:

“Quando a gente não tem conhecimento em TI, a gente não consegue nem demandar o que a gente quer. E muitas vezes o profissional de TI não consegue perceber o que ele pode oferecer para a comunicação. Ele sabe construir o código, montar um script, sabe fazer muitas coisas; mas não sabe que aquilo serve para alguma coisa na comunicação”

Ana Lucia Novelli, diretora da Secretaria de Relações Públicas e Comunicação Organizacional do Senado Federal, disse que muitas vezes existem conflitos entre a comunicação pública e a política, mas que a convivência é possível com a definição de regras. Ela incentivou os estudantes da área de comunicação a conhecerem as possibilidades de atuação no setor público.

Da Rádio Câmara, de Brasília, Sílvia Mugnatto