01/10/2018 15:45 - Segurança
Radioagência
TSE autoriza envio de tropas federais para garantir segurança no dia das eleições
Assegurar o livre exercício do voto, mantendo a normalidade, tranquilidade e segurança no dia das eleições, e garantir a apuração dos resultados. Essa é a missão das tropas federais, formadas por militares das Forças Armadas e que são enviadas às localidades em que a segurança pública dos estados necessita de reforço.
Para as eleições desse ano, o Tribunal Superior Eleitoral já autorizou, até agora, o envio de forças federais para 497 localidades, em onze estados. O estado que pediu mais apoio foi o Piauí, onde os militares irão proteger 122 localidades. Em seguida, vêm Rio Grande do Norte (97), Maranhão (72), Rio de Janeiro (69), Pará (60), Amazonas (26), Mato Grosso (19), Tocantins (12), Acre (11), Ceará (5) e Mato Grosso do Sul (4).
Nas eleições municipais de 2016, o TSE autorizou o envio de tropas a 315 municípios de 13 estados, durante o primeiro turno.
José Vicente da Silva Filho, coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo e ex-secretário nacional de Segurança Pública, afirma que os problemas relatados nas eleições foram poucos nos últimos anos.
José Vicente acredita que os estados são capazes de manter a segurança com o seu próprio aparato. No entanto, ele alerta que o problema é maior em estados onde existem comunidades dominadas por facções criminosas.
Ele cita como exemplo o caso do Rio de Janeiro, onde existem cerca de duzentas comunidades dominadas por traficantes, o que representa mais de um milhão de eleitores. Para ele, a presença das tropas nesses locais pode dar mais tranquilidade aos eleitores para votar.
"E essas facções já se observou, até por centros de inteligência não só dos estados, mas também federal, em alguns casos, que elas pressionam os moradores para votar em determinados candidatos, pressionam para impedir, inclusive, que pessoas se desloquem para votar, e isso naturalmente vai contra todos os fundamentos democráticos, da eleição e etc. Ou seja, todo eleitor precisa ter garantido o exercício do seu direito de voto".
José Vicente também não acredita que o clima de polarização política possa render episódios de violência durante o dia do pleito. Ele afirma que, até hoje, todos os registros de crimes, inclusive assassinatos, ocorreram durante as campanhas.
"O retrospecto que a gente tem de eleições um pouco mais tumultuadas durante a fase de debates, de partidos, de candidatos, nós não vemos isso transbordar para o momento da votação. Ou seja, há um radicalismo, um discurso em alguns locais em que o candidato aparece, mas nós não temos observado conflitos mais sérios em relação a acirramento - vamos chamar assim - de ânimos. O que nós temos observado, ao longo dos anos, é que a ocorrência de violência acaba acontecendo, mas fora daquele momento da eleição".
O TSE também aprovou o envio de militares para dar apoio logístico à Justiça Eleitoral a 101 localidades situadas em regiões longínquas e isoladas.
Em todos esses locais, os militares atuarão levando equipamentos, como as urnas, e com a presença de servidores e colaboradores da Justiça Eleitoral.
Após aprovadas pelo TSE, as solicitações para a presença de tropas federais são encaminhadas ao Ministério da Defesa, órgão responsável pelo planejamento e execução das ações empreendidas pelas Forças Armadas.
                            
                        
          







