21/11/2017 20:25 - Direitos Humanos
Radioagência
Parlamentares participam de 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher
16 dias para refletir sobre a violência cometida contra mulheres somente pelo fato de serem mulheres.
De 25 de novembro, Dia Internacional de não Violência contra a Mulher, a 10 de dezembro, quando a ONU adotou a Declaração Internacional dos Direitos Humanos, vários países realizam atividades para discutir formas de combater esse tipo de violência.
No Brasil, a campanha acontece desde 2003. Este ano o tema é: 'Não deixar ninguém para trás: acabar com a violência contra mulheres e meninas".
Dados da ONU Mulheres mostram que, apesar de vários avanços, como a Lei Maria da Penha, e a tipificação do crime de feminicídio, o Brasil ainda ocupa o quinto lugar no número de assassinatos de mulheres no mundo.
A coordenadora dos Direitos da Mulher da Câmara, deputada Soraya Santos, do PMDB do Rio de Janeiro, afirmou que é preciso chamar a atenção da sociedade para a violência que é cometida diariamente, principalmente em relação à Internet onde crianças e adolescentes são expostas, levando muitas vezes ao suicídio, meninas de 12, 13 anos.
"Nós precisamos tratar esse assunto: censura ou não na Internet, que é um assunto seríssimo porque na verdade nós temos que fazer uma proteção a essas meninas que estão se matando."
A secretária de Políticas para Mulheres do Governo Federal, Fátima Pelaes, espera que a Câmara vote o projeto que cria o Fundo de Combate à Violência contra a Mulher. Ela informou que no próximo dia 06 de dezembro será lançado o Programa Brasil Mulher.
"Que é um grande esforço, um movimento, uma estratégia de ação para que nós possamos alertar e chamar toda a sociedade, para que nós possamos nos indignar e fazer ações concretas em relação à questão do combate à violência contra a mulher."
Bárbara Penna de 23 anos foi queimada pelo ex-namorado, enquanto dormia após uma briga.
No fogo, morreram os dois filhos do casal de dois anos e de três meses além de um vizinho que tentou ajudar. Ao correr para a janela para pedir socorro, Bárbara caiu do terceiro andar.
Hoje, Bárbara está à frente do instituto que criou para ajudar mulheres vítimas de violência.
"Desde quando eu ainda estava no hospital e mesmo imobilizada - eu estava praticamente vegetativa - eu recebia muito apoio das pessoas pelas redes sociais, pessoas do Brasil todo, homens e mulheres, e eu percebi que eu não podia me atormentar pelo que tinha acontecido comigo, porque normalmente é isso que o agressor quer, que a gente fique quieta e que não tenha voz para nada. E através disso o tempo foi passando e eu fui recebendo cada vez mais apoio de muitas pessoas e isso foi me fortalecendo. Um pouquinho mais recuperada, porque eu nunca vou me recuperar 100%, eu consegui ter força para ajudar outras mulheres a não passar pelo que eu passo."
O caso de Bárbara foi mais um na lista de 229 tentativas de feminicídio registrados no Rio Grande do Sul no ano de 2013.








