25/10/2017 21:39 - Política
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Em depoimento à CPMI da JBS, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Hereda negou pressão política e irregularidades na liberação de empréstimos ao grupo J&F. Segundo ele, todas as operações eram aprovadas por órgãos colegiados e passavam pelo crivo de mais de 50 técnicos.
Jorge Hereda foi presidente da Caixa entre 2006 e 2015 e dois dos dez vice-presidentes do banco no período estão presos: Fábio Cleto e Geddel Vieira Lima.
Eles são acusados de receber propina em troca de benefícios a empresas. E Fábio Cleto, em delação premiada, admitiu as irregularidades e apontou o ex-deputado Eduardo Cunha como beneficiário de propina em troca de operações feitas com recursos do fundo de investimentos dos Fundos de Garantia, o FI-FGTS.
No depoimento, Hereda disse que, se houve irregularidades, foram cometidas fora da Caixa, por meio, não da concessão de empréstimos, mas de ameaças de obstrução de operações de crédito.
O presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira, do PSDB de Tocantins, não ficou satisfeito com a resposta e questionou Hereda, que respondeu não poder ser responsabilizado por atos cometidos por executivos nomeados por indicação política.
Hereda - Se eles cometeram ilícito, foi na porta da Caixa.
Ataídes - Não dentro da Caixa?
Hereda- Não dentro da Caixa.
Ataídes - Mas o dinheiro saiu de dentro da Caixa. E o senhor era presidente da Caixa.
Hereda - Eu era presidente da Caixa, saiu de dentro da Caixa, dentro das normas da Caixa. Não causou nenhum prejuízo à Caixa. Então a minha obrigação era cuidar para que isso fosse desta forma. Eu não tenho como sair atrás dos meus vice-presidentes indicados pelo PMDB para poder saber o que que eles fazem à noite, nos seus conluios.
Segundo Hereda, em 2014, o grupo comandando pelos empresários Joesley e Wesley Batista devia 5,4 bilhões de reais ao banco, mas todos os pagamentos estavam em dia.
Questionado por um dos sub-relatores da comissão, deputado Fernando Francischini, do Solidariedade do Paraná, o ex-presidente da Caixa disse nunca ter recebido pedido do ex-ministro Guido Mantega para liberar empréstimos para a JBS.
Mas ele disse ter sido ameaçado pelo ex-deputado Eduardo Cunha caso não concedesse empréstimos a quatro empresas, proposta que ele afirma ter recusado.
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