14/03/2017 19:34 - Direito e Justiça
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Em nova rodada de depoimentos, a CPI da Lei Rouanet ouviu, nesta terça-feira (14), o músico Fábio Rabello e o produtor cultural Fábio Salles, que negaram participação no esquema de fraudes operado pela Bellini Cultural. A empresa foi alvo da Operação Boca Livre da Polícia Federal que investigou desvios de R$ 180 milhões de recursos públicos. Eles foram presos em junho do ano passado, mas foram liberados após prestarem depoimento à Justiça.
Para os deputados da CPI, a Bellini pode ter usado empresas de fachada para emitir notas fiscais frias.
Fábio Rabello disse que criou uma empresa em 2016 com o filho do presidente da Bellini, Bruno Vaz Amorim, também investigado pela Polícia Federal. A ideia teria partido de Bruno que procurava um novo CNPJ para captar recursos da legislação. O músico se surpreendeu com a existência de notas fiscais em seu nome reveladas pelos deputados da CPI e disse desconhecer os detalhes da prestação de contas da empresa ao Ministério da Cultura.
"Fiquei surpreso porque pessoas que eu nunca vi na vida quiseram aprovar projetos usando meu nome sem o meu conhecimento, isso para mim foi muito surpresa porque isso é um crime. Você usar o nome de uma pessoa, o currículo de uma pessoa, a credibilidade de uma pessoa dentro de um meio, no meu caso a música, para se ganhar em cima disso, sem o conhecimento da pessoa eu acho que isso é um pouco grave."
O músico Fábio Rabello também negou ter recebido comissão do grupo Bellini por um projeto de sua autoria que recebeu R$ 536 mil pela lei. Ele disse que ganhava como diretor musical salário que variava de R$ 12 mil a R$ 16 mil.
Para o presidente da CPI, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), o depoimento comprova o uso de laranjas no esquema de fraudes.
"As pessoas emprestavam o nome às empresas e o grupo Bellini se encarregava de fazer as captações e os projetos visando lucros para eles e para os donos das empresas restavam uma contribuição ou um percentual ou uma comissão irrisória."
Outro depoente, o produtor cultural Fábio Salles, também admitiu que não participava da gestão financeira da empresa Pacatu Produções, que criou com a Bellini em 2012. Ele também negou ter negociado shows fechados com recursos da Lei Rouanet e disse que a parte operacional dos projetos ficava a cargo da Bellini.
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