29/11/2016 20:55 - Direito e Justiça
Radioagência
Estudantes e trabalhadores protestam contra PEC do teto dos gastos em frente ao Congresso
Milhares de estudantes e trabalhadores protestaram contra PEC do teto dos gastos em frente ao Congresso Nacional, nesta terça-feira. Houve confronto com a PM e deputados de oposição denunciaram violação de direitos humanos. Os manifestantes se concentraram no gramado em frente ao Congresso com cartazes e palavras de ordem contra a proposta (PEC 55/16) que limita os gastos da União, já aprovada na Câmara e, agora, em análise no Senado. Segundo a PM, eram cerca de 12 mil pessoas, a maioria ligada aos movimentos estudantis que comandaram ocupações nas escolas e universidades do país. Mas também havia sindicalistas, indígenas e outros movimentos sociais contra o governo Temer. Do carro de som, vinham discursos que classificavam o teto de gastos públicos de "PEC da morte".
"Morte de quem vive do trabalho, morte da soberania nacional. Não é só uma PEC da morte e uma PEC do fim do mundo, é uma PEC de ódio: ódio ao povo brasileiro, ódio à educação pública, ódio à saúde pública".
Os manifestantes também criticaram a medida provisória (MP 746/16) da reforma do ensino médio e defenderam a continuidade da demarcação de terras indígenas, entre outras reivindicações. O protesto seguia pacífico até que um pequeno grupo virou um carro estacionado na rampa próxima ao gramado do Congresso. Os ânimos se acirraram, enquanto os manifestantes entoavam um dos slogans do protesto.
"Ocupa tudo, ocupa tudo, ocupa tudo".
Com apoio de helicópteros e da cavalaria, a PM reagiu com gás de pimenta e bombas de efeito moral, como gás lacrimogêneo, e afastaram os manifestantes do Congresso Nacional. Até mesmo os carros de som tiveram de recuar. Houve novos confrontos na Esplanada dos Ministérios, onde alguns mais exaltados chegaram a incendiar um carro e destruir placas de trânsito. Vários deputados de oposição tentaram negociar com o comando da PM, mas também reclamaram de "truculência" policial, como denunciou o deputado Pepe Vargas, PT gaúcho.
"Jogaram pimenta na gente. A gente tentando conversar com eles (PM), que jogaram pimenta na gente".
A deputada Maria do Rosário, também do PT gaúcho, anunciou que vai denunciar o fato nos fóruns internacionais de direitos humanos.
"A liberdade de manifestação é vigente no Brasil, de acordo com a Constituição Federal. A repressão às manifestações é um ato vil, inconstitucional e uma violação grave aos direitos humanos. Nós iniciaremos um processo de denúncias internacionais por violações de direitos humanos aos manifestantes no Brasil. É uma vergonha que jovens, estudantes e pessoas com opinião diferente do senhor Michel Temer estejam sendo atacados por bombas e gás".
Os deputados de oposição também condenaram a ação da PM em discursos no Plenário da Câmara. Já o deputado Alberto Fraga, do DEM do Distrito Federal, defendeu a ação policial e disse que a corporação fez o que devia ser feito para evitar mais depredação e uma possível invasão do prédio do Congresso Nacional.








