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Principal problema do SUS é o subfinanciamento, diz ministro da Saúde em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse nesta terça-feira que o principal problema do SUS não é a má gestão, e sim a falta de recursos, mesmo tendo as três esferas de governo elevado as despesas da área nos últimos anos.

Os gastos federais com ações e serviços públicos de saúde passaram de 58 bilhões de reais em 2010 para 98 bilhões este ano. Mesmo assim, Chioro disse que o Brasil gasta relativamente pouco, quando comparado com outros países.

Segundo o Banco Mundial, o País gasta 525 dólares por habitante, ao ano, com ações de saúde. Países que também possuem sistemas universais como o SUS gastam em média três mil dólares por habitante/ano.

"A avaliação de que o nosso problema é circunscrito à esfera da gestão ele reduz a magnitude do problema do financiamento da saúde."

Chioro criticou a decisão de extinguir a CPMF, tributo que vigorou até 2007 e que tinha parte da arrecadação destinada para a saúde pública. A contribuição foi derrubada em votação no Senado. De acordo com ele, o fim do tributo tirou da saúde pública 350 bilhões de reais desde 2008.

Durante o debate, diversos parlamentares defenderam a criação de impostos para financiar a saúde pública. Wadson Ribeiro, do PCdoB mineiro, propôs como fonte de recursos a taxação de grandes fortunas. Já o deputado Jorge Solla, do PT da Bahia, defendeu mudanças na legislação para garantir recursos estáveis para o setor.

"O subfinanciamento é patente na saúde do Brasil. Isso não há como negar. [...] Precisamos construir alternativas que visem assegurar o financiamento para a saúde."

Questionado por deputados, o ministro Arthur Chioro informou que todas as 4 mil vagas disponibilizadas neste ano pelo programa Mais Médicos foram ocupadas por brasileiros. Segundo Chioro, o programa possui atualmente 18 mil médicos. Para ele, a presença cada vez maior de profissionais brasileiros é uma tendência.