25/08/2015 20:39 - Meio Ambiente
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O presidente da CPI que investiga maus-tratos cometidos contra animais, Ricardo Izar, do PSD de São Paulo, afirmou que o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal, o Concea, órgão ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, tem responsabilidade no caso do Instituto Royal. O cadastro do instituto no órgão só aconteceu em 2013. Entretanto, repasses do governo federal foram realizados antes daquele ano.
O Instituto Royal foi acusado, em 2013, de usar métodos cruéis contra animais durante pesquisas e testes de produtos farmacêuticos.
"A verba que foi para lá [Instituto Royal], do Ministério de Ciência e Tecnologia, é ilegal, porque o Instituto Royal não estava devidamente cadastrado. Agora falta a gente saber como foi usado isso e porque usaram os animais se existiam testes alternativos."
Frank Alarcón, biólogo que representa a ONG britânica Cruelty Free International no Brasil, afirmou que a situação do Instituto Royal é apenas a ponta do iceberg da experimentação com animais praticada no Brasil. Ele criticou a atuação falha das Comissões de Ética no Uso de Animais, as Ceua's.
"Todo o sistema de acompanhamento e normatização de experimentação animal está equivocado. Esperamos que com essa CPI possamos fazer propostas para melhorá-lo, ou talvez erradicá-lo, o que seria o melhor dos mundos, já que animais não são objetos e não merecem ser tratados como coisas."
O professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Carlos Zanetti, concorda com o biólogo. Ele fez parte da Ceua da universidade em que leciona e depôs como testemunha na CPI.
Para Zanetti, o que deveria ser levado em consideração pelas comissões é como suas ações vão afetar a vida dos outros seres, sendo eles humanos ou não, e não é isso que as Ceua's têm feito.
"O que as pessoas dentro de uma comissão de ética deveriam avaliar? É absolutamente necessário usar esses bichos, porque se eu usá-los, eu vou salvar centenas de milhares de vida? Se for isso, eles vão ter que tomar uma decisão difícil de mandar matar alguns animais em benefício de algumas outras pessoas. Mas não é isso que acontece."
Ninguém do Instituto Royal compareceu à audiência pública. O presidente da CPI dos Maus Tratos de Animais afirmou que um novo encontro foi marcado para a próxima quinta-feira, e caso a ausência se repita, a comissão utilizará do seu poder para obrigar o comparecimento de um representante.
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