Radioagência

O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, pediu que os municípios afetados pela estiagem solicitem o mais breve possível o reconhecimento de situação de emergência ao governo federal. Ele debateu o assunto na manhã desta quinta-feira (11) na comissão externa da Câmara dos Deputados que analisa saídas para a crise hídrica no semiárido nordestino.

Fernando Frazão/Agência Brasil

Conforme Occhi, dos 1400 municípios da região, 850 precisam de auxílio federal para evitar o colapso em razão da seca.

O ministro explicou que o reconhecimento da emergência pelo ministério vai além da garantia de "carro pipa, obra e cesta básica" e abre oportunidades para o gestor municipal buscar soluções como a renegociação de dívidas, a antecipação do pagamento da aposentadoria e do Bolsa Família e saque do FGTS. Para isso, o município precisa comprovar os prejuízos trazidos pela estiagem.

Para 2015, o governo reservou R$ 1 bilhão para medidas de emergência como a construção de cisternas, envio de carros pipas e perfuração de poços. No entanto, o ministro Gilberto Occhi acredita que o principal desafio é a infraestrutura:

"As obras estruturantes, a principal delas a da transposição do rio São Francisco serão sem dúvida nenhuma a grande alternativa para a melhoria de cerca de 12 milhões de brasileiros que vivem naquela região e, com isso, nós vamos, cada vez mais, diminuir a dificuldade hídrica e essa tristeza e essa perda que o nordestino tem nessa convivência com a seca."

A convivência com a estiagem também preocupa o pernambucano Zeca Cavalcanti (PTB) coordenador da comissão que estuda o tema na Câmara:

A seca é um efeito climático cíclico que agente não tem como combater, mas tem como conviver arrumando formas para melhorar a vida do povo, capacitando o trabalhador rural, nas zonas produtivas do Nordeste, mas acima de tudo, que a gente possa arrumar formas economicamente viáveis para que o Nordeste possa viver bem mesmo com o efeito da seca."

Na comissão externa da Seca do Semiárido, o pernambucano Jorge Côrte Real (PTB) observou que a solução para estiagem também requer investimentos em novas cadeias produtivas para estimular as vocações regionais, como a bacia leiteira no sul de Pernambuco. Côrte Real ressaltou a importância de investimento na agricultura familiar e na capacitação de profissional para fixar o homem no semiárido.