Radioagência

Em audiência na Comissão de Viação e Transportes, representantes da Polícia Rodoviária Federal e do Dnit, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, disseram aos deputados que a BR-381, no trecho que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, deixou de ser a "rodovia da morte".

Segundo dados da PRF, nos 303 quilômetros entre as duas cidades, houve uma queda de vítimas fatais em acidentes de 33% entre 2010 e 2014, passando de 171 para 114 mortes.

Guido Mayol, superintendente da PRF em Minas Gerais, reconheceu, no entanto, que o trecho da rodovia já não suporta o trânsito que recebe.

"Uma rodovia que remonta a 1950, construída para atender a 200 veículos ao dia, recebendo 20 mil veículos ao dia. Por sorte e por planejamento do governo federal, nós temos essa rodovia hoje em duplicação."

A rodovia, situada em uma região montanhosa e cheia de curvas, está sendo duplicada desde o fim de 2013. O valor contratado é de R$ 2,5 bilhões e a expectativa é que o serviço esteja concluído até o fim de 2019.

O transtorno causado pela obra e pelos constantes fechamentos da via é inevitável, segundo o superintendente do Dnit em Minas Gerais, Evandro Fonseca.

"Nós estamos falando aqui de 300 quilômetros de obra, área urbana, densamente povoada em alguns lugares, de alto tráfego. Então, o transtorno é inevitável. Eu mesmo já fiquei preso lá várias vezes."

Apesar das explicações, deputados mineiros querem soluções imediatas para as mortes e para o descongestionamento de uma via que corta uma região econômica importante.

Na avaliação do deputado Laudívio Carvalho, do PMDB de Minas, que solicitou o debate, a duplicação é urgente.

"Não há condição mais de trafegar caminhão, carreta, carro pequeno e ônibus em uma rodovia de pista simples com mais de 100 curvas em menos de 200 quilômetros e que acaba tirando a vida de muitas pessoas, deixando feridos graves em quase todos os finais de semana."

Outro problema apontado pelos parlamentares foi o baixo efetivo da PRF no estado. A categoria conta com 930 policiais para uma extensão de mais de 5 mil quilômetros de rodovias federais em Minas Gerais.