25/02/2015 13:44 - Trabalho
Radioagência
Centrais sindicais pressionam pela não aprovação de MPs trabalhistas

O líder do DEM, deputado Mendonça Filho, de Pernambuco, disse nesta quarta-feira (25) que o governo federal está sem disposição para o diálogo e desarticulado, ao se referir às medidas provisórias que tratam de direitos trabalhistas e previdenciários (MPs 664/14 e 665/14).
As duas medidas alteram regras de concessão de benefícios a trabalhadores, como o seguro desemprego e a pensão por morte:
"Corre o risco de o governo querer impor sua vontade ao Congresso goela abaixo, passando por cima de trabalhadores e pensionistas. Ao mesmo tempo, corre o risco de governo perder, ser derrotado na totalidade, sequer elas serem apreciadas."
Mendonça Filho participou nesta quarta da reunião entre parlamentares e centrais sindicais, na residência do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, defendeu a retirada imediata das MPs, com o argumento de que elas acabam com direitos dos trabalhadores. Ele também criticou a falta de diálogo com o governo e apontou outras formas de fazer ajuste fiscal:
"Deixei também na mão do presidente da Câmara uma análise que dá, a grosso modo, R$ 111 bilhões de economia, se quiser fazer. Desde taxação de grande fortuna, taxação de remessa de lucro, a questão da DRU, taxação de veículos aeronáuticos, navios, aviões, helicópteros. Tem tanta coisa que pode ser feita e estão tirando só dos trabalhadores."
A expectativa do governo é que as mudanças previstas nas duas MPs, juntamente com outras ações, gerem uma economia de R$ 18 bilhões em 2015.
Juntas, as medidas provisórias receberam um total de 750 propostas de alteração. Os textos vão ser analisados por comissões formadas por deputados e senadores, que devem ser instaladas na próxima semana.
Nesta quarta-feira, o presidente Eduardo Cunha voltou a defender rapidez na análise das medidas:
"Tem que instalar a comissão para que eles possam fazer o debate. Então, o objetivo é que seja célere essa instalação para que possa realmente fazer o debate. A gente fica só dizendo que é contra, contra, contra, mas tem que entrar no conteúdo e debater o que pode ou não mudar."
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, prometeu vir ao Congresso durante a análise das MPs para discutir com os parlamentares. As centrais sindicais programam manifestações para o dia 2 de março e paralisação nas capitais brasileiras no dia 23.








