19/02/2015 18:16 - Política
Radioagência
Deputados que estudam reforma política se dividem sobre verticalização das coligações
Pelo menos 16 deputados dos 34 integrantes da Comissão Especial da Reforma Política são contra a verticalização das coligações, ou seja, são contra a reprodução das coligações partidárias em âmbito nacional nas eleições estaduais e municipais. Este é um dos itens de discussão da Reforma Política. A comissão começa seus trabalhos na próxima terça-feira, 24 de fevereiro.
O deputado Milton Monti, do PR de São Paulo, é um dos que são contrários à verticalização, que não é obrigatória hoje. Segundo ele, a ideia até faz sentido por causa das diferentes linhas ideológicas dos partidos políticos; mas o tamanho do Brasil, para ele, torna isso inviável, pois há realidades políticas, sociais e econômicas distintas.
"Filosoficamente, esse preceito é válido, mas, na prática, para um país como o nosso, eu acho que ele não pode ser aplicado, porque você vai de certa forma impedir que as questões regionais tenham a sua relevância, e elas são relevantes num país das dimensões e das características do Brasil."
Onze deputados se declararam a favor da verticalização, como o deputado Tadeu Alencar, do PSB de Pernambuco, que acha que a medida fortalece os partidos.
"Não tem nada mais que desorganize a vida partidária do que em cada estado, em cada município, os partidos se comportarem ao seu bel prazer, aos interesses locais, muitas vezes se sobrepondo aos interesses nacionais, que são fundamentais à estruturação da vida política e partidária de um país."
Já o deputado Renato Molling, do PP do Rio Grande do Sul, é completamente contra a coligação partidária nas eleições proporcionais. Segundo ele, a regra atual beneficia os "donos dos partidos", nas palavras dele, que fazem todo tipo de coligação para elegerem sempre os mesmos parlamentares. Porém, Renato Molling se declarou a favor da federação partidária, diante da realidade de uma eleição com coligações. Com a federação, os partidos teriam que manter as alianças das eleições nas composições na Câmara e no Senado. Renato Molling é a favor da coerência do que foi defendido em campanha.
"Não dá pra ter uma federação, uma coligação para se eleger e depois não defender esse projeto, então eu sou a favor da manutenção".
A federação partidária tem o apoio de 15, dentre os 28 deputados da comissão especial da Reforma Política que responderam à enquete da Agência Câmara. 10 são contrários e 3 não deram sua opinião. A comissão vai iniciar a discussão com base em uma proposta de emenda à Constituição (PEC 352/13) apresentada em 2013.








