18/12/2014 15:38 - Política
Radioagência
CPMI da Petrobras aprova relatório final do deputado Marco Maia

A CPI Mista da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (18), por 19 votos a oito, o relatório do deputado Marco Maia (PT-RS), que pede o indiciamento de 52 pessoas pelos crimes de participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Na lista está, por exemplo, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Desse total, 23 já são réus em processos na Justiça Federal do Paraná, derivados da Lava Jato. A comissão não chegou a votar o relatório paralelo feito por partidos da oposição.
Houve dificuldade para votar o texto de Maia. A reunião foi adiada na quarta-feira, teve sucessivas suspensões ao longo do dia e seguiu noite adentro. No fim da noite, a comissão, com presença maciça de parlamentares da oposição, chegou a rejeitar, em votação simbólica, o relatório de Maia. Como o quórum mínimo de votação (17) não foi atingido, a votação não valeu.
Já nesta quinta, a comissão só atingiu o quórum de votação depois de uma hora do início previsto.
O texto de Maia, com mais de 900 páginas produzidas após sete meses de investigação e 23 depoimentos, foi alterado nesta quarta-feira (17). Em uma das mudanças, ele detalhou a lista de indiciados e os crimes relacionados.
“Todas as informações que nós tivemos que tratam sobre desvios, sobre corrupção, sobre lavagem de dinheiro, sobre malversação do patrimônio público estão lá, ditas no relatório, retratadas no relatório. Tanto que nós propomos o indiciamento de 52 pessoas, algumas delas que não foram tratadas ainda pela Polícia Federal”.
O relator também mudou seu texto para retirar o pedido para aprofundar as investigações de três empresas. No total, ficaram 17 empresas na lista de Maia com pedidos para analisar se elas cometeram ou não os crimes de formação de cartel, fraudes às licitações da Petrobrás, lavagem de dinheiro e pagamento de propinas a agentes públicos.
Os parlamentares da oposição criticaram o resultado final da comissão. Para o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PPS-PR), o texto aprovado é um relatório chapa branca.
“Esse relatório chapa branca apresentado hoje e aprovado pela base do governo é um sinal de que não querem aprofundar qualquer tipo de investigação. O que eles querem é passar a mão na cabeça, blindar, jogar sujeira para baixo do tapete, lamentavelmente”.
Para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), a única certeza do resultado é a necessidade de haver uma nova CPI na próxima legislatura. Segundo ele, todo o acervo de informações da CPI atual será transferido para a futura comissão ter "um patamar mínimo" para começar as investigações.
A comissão não chegou a analisar o relatório paralelo do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que pedia o indiciamento do deputado Luiz Argôlo (SD-BA), do deputado cassado André Vargas e de outras 58 pessoas. A lista também inclui a presidente da estatal, Graça Foster, o ex-presidente José Gabrielli e o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. O relatório de cinco partidos de oposição, entre texto e anexos, teve mais de 500 páginas.








