05/11/2014 20:11 - Política
Radioagência
CPMI da Petrobras convoca novos depoimentos e define cronograma
CPMI da Petrobras convoca novos depoimentos e define cronograma até o fim dos trabalhos. Deputados e senadores fizeram uma reunião administrativa, nesta quarta-feira, em busca de maior foco da investigação no período de pouco mais de um mês que falta para o término dos trabalhos. Dos 497 requerimentos que ainda não haviam sido apreciados, foram aprovados 94 de convocação e de pedidos de informação. A maioria deles é relativa ao esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas investigado na Operação Lava-Jato da Polícia Federal, como afirma o relator da CPMI, deputado Marco Maia, do PT gaúcho.
"Nós fizemos um acordo - e é bom que se diga - aceito por todos de que, em função do prazo exíguo, nós não trataríamos de convocação de ninguém da política, incluindo aí os tesoureiros dos partidos, os dirigentes partidários e os parlamentares, já que estes estão, de alguma maneira, dentro da delação premiada. E nós não teríamos tempo hábil para fazer essas convocações. Então, fizemos a opção política de não fazê-lo. E também fizemos a opção de convocar aqueles que têm relação direta com a operação Lava-Jato".
Entre os sete convocados para depor estão vários envolvidos com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que estão em processo de delação premiada coordenado pela Justiça. Aliás, Marco Maia insistiu que o acesso ao conteúdo dessas delações é fundamental para a conclusão de seu relatório.
"A delação premiada, neste caso específico, é importantíssima para o processo de investigação. Se não tivermos o acesso à delação premiada, teremos aí um limitador. Portanto, vamos produzir o relatório possível, com as informações e os dados que temos investigado desde o início da CPMI".
Na noite desta quarta, o comando da CPMI voltou ao Supremo Tribunal Federal para pedir o pleno acesso ao conteúdo das delações de Costa e Youssef. Diante do pouco tempo que resta para o fim dos trabalhos da CPMI, os parlamentares também decidiram encaminhar pedidos de informações diversas a 25 empresas que firmaram contrato com a Petrobras. Elas terão 10 dias para responder, sob pena de terem os sigilos bancário e telefônico quebrados e terem seus representantes legais convocados. No cronograma apresentado nesta quarta, Marco Maia pretende concentrar os depoimentos até o fim deste mês e apresentar seu relatório final no dia 10 de dezembro, para que seja votado até o dia 18 daquele mês. Já em tom de lamento, o líder do PPS, deputado Rubens Bueno, reclamou do fato de a CPMI não ter avançado na investigação da relação das empreiteiras com a Petrobras e com os partidos políticos.
"O Brasil não será passado a limpo do ponto de vista da gestão pública e dos negócios de governo com empresas se não se investigar as empreiteiras. Aí está o grande problema e nós não conseguimos. A força é tamanha que até toma de assalto uma comissão parlamentar de inquérito: quando se tenta convocar o Vaccari Neto (tesoureiro do PT), o Sérgio Machado e quebrar o sigilo das empreiteiras, nada acontece, infelizmente".
A CPMI volta a se reunir na próxima terça-feira para mais uma reunião administrativa e para ouvir o diretor de contratos da Petrobras, Edmar de Figueiredo, e a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Magda Chambriard, na condição de convidados.








