Radioagência

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (28), por 13 votos a 4, a recomendação de perda de mandato do deputado Luiz Argôlo (SD-BA). Argôlo é investigado pelo Conselho por conduta incompatível com a moral e a ética exigidas de um parlamentar.

O deputado baiano foi mencionado em reportagem da revista Veja como possível beneficiário de dinheiro movimentado pelo doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, da Polícia Federal. Segundo as denúncias, confirmadas pela Policia Federal, Youssef transferiu R$ 120 mil para a conta bancária do chefe de gabinete de Argôlo.

A defesa do deputado Luiz Argôlo ainda pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) no prazo de 5 dias úteis.

O deputado Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo de cassação, afirma que além da conduta antiética, as provas indicam que Argôlo participou de negócios ilícitos.

"As gravações interceptadas com autorização judicial deixam claro que havia uma relação que não se limitava a uma relação de amizade, mas uma relação de negócios, negócios escusos e ilícitos, inclusive interferindo em processo de licitação em outros Estados, solicitando depósito de valores."

O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PSD/SP), explica como será a continuidade do processo de perda do mandato.

"Aqueles que o Conselho já acabou, do André Vargas e agora do Luiz Argôlo, ficam a critério da Mesa Diretora colocar no Plenário da Câmara ou não. O processo está concluso, então não tem por que ser arquivado."

O Conselho de Ética adiou para a próxima terça-feira (4 de novembro) a decisão sobre a abertura de processo contra o deputado Rodrigo Betlhem (PMDB-RJ).

Betlhem é acusado de desviar recursos quando ocupava cargo na Secretaria de Assistência Social da Prefeitura do Rio de Janeiro.