Radioagência

Em entrevista ao programa Com a Palavra, Olívia Rauter, diretora-executiva da Junior Achievement, uma entidade que envolve mais de 120 mil voluntários em todo o país, criticou o fato de o brasileiro ser solidário, mas realizar pouco trabalho voluntário.

"Existe um forte sentimento de solidariedade no povo brasileiro. Agora, voluntariado é algo que exige um pouquinho mais: compromisso, que a pessoa realmente se disponha a cumprir aquilo que ela prometeu. Todas as pessoas acham que é obrigação do governo fazer as coisas. Então, é muito mais fácil esperar sentado do que sair para agir e fazer alguma coisa. Temos que mudar um pouquinho essa cultura, né?!"

Segundo uma pesquisa do Ibope, apenas um em cada quatro brasileiros se dedica a algum trabalho não remunerado em busca do bem-estar dos outros. Na Câmara, três projetos tratam sobre esse tema. Um deles é do deputado Gabriel Chalita, do PMDB paulista. Ele prevê que estudantes universitários tenham o direito de incluir o serviço voluntário prestado em seu histórico escolar.

O deputado acredita que o universitário que tem o trabalho voluntário registrado no currículo pode levar vantagem em determinadas situações, como por exemplo, em uma entrevista de emprego. Além do mais, segundo Chalita, essa inciativa não traria gastos ao governo federal.

"Isso vai incentivar o voluntariado, vai fazer com que as universidades reflitam sobre isso, a importância de incentivar os alunos para que isso conste no seu currículo. E é uma ação que não é dispendiosa. Não estamos falando de dinheiro aqui. Não é custo para o estado. É uma ação que visa uma atitude correta em relação à vida, em relação ao nosso semelhante".

Eduardo Bozellis é profissional de educação física e realiza trabalho voluntário como recreador em um abrigo que cuida de crianças abandonadas em São Paulo. Bozellis joga bola, nada e anda de bicicleta com as crianças todo sábado de manhã. Ele conta que o trabalho é muito gratificante e que recebe das crianças muito mais do que dá a elas.

"Coisas que o dinheiro não compra: isso que eu recebo. O agradecimento deles, o carinho que eles têm por mim. Pelo simples fato de eu estar ali, sendo uma companhia para eles. Alguém que conversa com eles, propõe uma atividade diferente, os distrai por algum momento. Então você recebe muito mais do que você doa. Além de você ir, é legal você passar isso para outras pessoas para que aumente também esse trabalho, que é sempre bem-vindo, sempre precisa".

No site www.voluntarios.com.br você pode se cadastrar, encontrar a entidade próxima de você e se tornar um voluntário.