Radioagência

Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais, revelou que a cada segundo 15 animais silvestres são atropelados nas estradas brasileiras. Em um ano, esse número corresponde a cerca de 475 milhões de mortes, na sua maioria de pequenos vertebrados, como sapos, aves e cobras. O presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais, da Câmara dos Deputados, deputado Ricardo Izar, do PSD de São Paulo, lembra que já existem projetos de lei que visam diminuir esse número.

"Nós entramos com um projeto de lei que já foi aprovado na Câmara e já foi para o Senado que trata exatamente disso, que altera o código de trânsito permitindo a remoção do animal para tratamento o que a gente pode é tomar ações dessa forma para diminuir o prejuízo do que está acontecendo."

Pelo projeto de lei, do deputado Ricardo Izar, a policia fica autorizada, em caso de acidente de trânsito, a ordenar a remoção imediata de animais que tenham sofrido lesões ou ferimentos e estiverem prejudicando o tráfego.

Alex Barger, coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, cita que algumas regiões do Brasil são bem críticas e explica que hoje já existe um aplicativo que ajuda a mapear os lugares com acidentes.

"Pelo que se sabe, toda a região do pantanal, a região do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso, a região no extremo sul do Brasil, no entorno da estação ecológica do Taim durante uma época foi muito intenso e pelo o que eu sei ainda continua. Algumas regiões de cerrado, em Goiás, são criticas, então isso é o que estamos conseguindo hoje mapear inclusive utilizando o sistema urubu que é agora o sistema que estamos implantando no Brasil inteiro para coleta de dados de atropelamento."

Para o deputado Ricardo Izar o que falta é politica pública para mudar a situação.

"Nós precisamos de um pouquinho mais de politicas públicas, e tudo que tange os direitos dos animais o Brasil é muito atrasado. A gente começa desde a questão do Código Civil que trata o animal como uma coisa e não como um sujeito que tem direitos, mas ele sofre, ele sente, ele tem dor, tem alegria, então ele merece ser tratado como um sujeito que tem direitos e que não tem obrigações no nosso Código Civil."

O sistema urubu é um aplicativo que permite a participação de pessoas que podem enviar fotos de animais mortos nas estradas. O centro desenvolveu, também, o atropelômetro, que contém informações, em tempo real, das mortes dos animais selvagens nas rodovias e ferrovias brasileiras.