13/08/2014 17:07 - Política
Radioagência
Morte de Eduardo Campos causa consternação na Câmara
A morte, nesta quarta-feira, do ex-governador de Pernambuco e candidato do PSB à presidência da República, Eduardo Campos, provocou um clima de consternação na Câmara. O jato em que Campos viajava caiu na cidade de Santos, em São Paulo.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, convocou, para a próxima terça-feira sessão solene em homenagem a Campos. Emocionado, Alves ressaltou que a tragédia atinge, principalmente, o povo nordestino.
"Estamos todos muito chocados, pincipalmente nós do Nordeste brasileiro, que o conhecíamos tão de perto o Eduardo Campos, a sua qualidade. Uma liderança crescendo do ponto de vista nacional hoje, com muito entusiasmo e respeito público. E, de repente, uma morte brutal como esta, no seu melhor momento de sua vida pública. terrível. Aqui no Nordeste , mais do que no País inteiro, eu acredito, porque foi aqui que ele fez sua história, mudou Pernambuco. Então, aqui está um sofrimento de todos nós e nos pedimos a Deus que dê forças aos familiares e amigos."
O deputado mineiro Júlio Delgado, que é do mesmo partido de Campos, recebeu a notícia quando participava de uma reunião do Conselho de Ética, que acabou encerrada após a notícia. Ele disse que, mais que um líder perdeu um irmão. Delgado estava muito abalado ao confirmar aos jornalistas que o amigo estava a bordo.
"Parece que o Eduardo Campos estava no vôo sim que acabou de cair lá em Santos.... Pára, a gente tem de parar tudo gente...Sobreviventes são só os moradores locais, eu não sei de nada ainda preciso."
Segundo o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), que tomava o depoimento de uma testemunha no Conselho de Ética, a notícia surpreendeu a todos.
"Todos nós recebemos essa informação como um choque e com perplexidade. Isso, de certa forma, abalou até o emocional dos parlamentares, da equipe técnica que estava aqui"
Cesar Colnago (PSDB-ES) avaliou que a morte de Campos terá forte influência nas eleições.
"Muda e muda muito, mas vamos esperar aí as próximas horas para a gente sentir o que vai acontecer, mas eu acho que perde a família, quero aqui me solidarizar com a família, e perde a nação brasileira um grande político que, com certeza, estava dando uma grande contribuição nesse momento do debate brasileiro."
O deputado Izalci (PSDB-DF) lembrou a vocação política de Campos.
"O Eduardo, eu tive uma relação muito boa com ele. Foi ministro da Tecnologia, foi deputado. Era uma liderança nata".
Líder do PPS, Rubens Bueno também destacou a trajetória do político.
"Eduardo Campos, consagrado na política, na sua vida pública, sempre ajudou da melhor forma possível o interesse nacional, o interesse público, construindo uma trajetória diferente. Daí o seu nome vir e seu nome vindo, começava agora essa trajetória. Imagina o debate de rádio e televisão que poderia enriquecer muito, não só o debate mas, sobretudo, projetos consistentes para o País."
O deputado José Carlos Araújo (PSD-BA) destacou a triste coincidência entre as datas das mortes de Eduardo Campos e a de seu avô, o ex-governador pernambucano Miguel Arraes, que também morreu o dia 13 de agosto.
"Em 2005, morria nesta data o avô do Eduardo Campos. Eu acho que foi um grande político também e que desapareceu em 2005 e hoje desaparece esse político jovem, idealista, ex-governador de Pernambuco, foi deputado federal, exerceu vários mandatos e cargos e nós ficamos realmente estarrecidos com a peça que a natureza nos prega."
Em nota, a presidente Dilma Rousseff lamentou a tragédia e diz que perdeu um grande companheiro. Ela decretou luto oficial de 3 dias em homenagem à memória de Eduardo Campos e suspendeu sua campanha eleitoral neste período.
Eduardo Campos, que completou 49 anos no último domingo, era o candidato do PSB à Presidência da República. Ele começou sua carreira política em 1986 na campanha que elegeu o avô Miguel Arraes como governador de Pernambuco. Em 1990, entrou oficialmente na vida política ao ingressar no Partido Socialista Brasileiro (PSB), e foi eleito deputado estadual.
Aos 29 anos, foi eleito para a Câmara dos Deputados. Licenciou-se para integrar o governo de Miguel Arraes. Em 1998, foi eleito pela segunda vez deputado federal, com a maior votação de Pernambuco.
Em 2003, assumiu pela terceira vez uma vaga na Câmara dos Deputados. Foi ministro da Ciência e Tecnologia em 2004 e, no ano seguinte, assumiu a presidência nacional do PSB.
Eduardo Campos foi eleito governador de Pernambuco em 2005 e reeleito em 2010 com mais de 60% dos votos válidos.
Em abril deste ano, renunciou ao governo de Pernambuco para se dedicar à campanha presidencial pela Coligação Unidos pelo Brasil, que tem Marina Silva como candidata à vice-presidência.








