05/08/2014 17:44 - Política
Radioagência
Senado descarta extinção ou suspensão da CPI da Petrobras
Senado amplia a investigação sobre a suposta fraude na CPI da Petrobras e descarta sua extinção ou suspensão. O presidente da CPI exclusiva, senador Vital do Rego (PMDB-PB), anunciou nesta terça-feira o apoio da Polícia Federal e a abertura de uma sindicância interna para apurar as denúncias da revista Veja sobre a antecipação de perguntas para depoentes.
"Esse fato criminoso apontado pela revista merece a necessária investigação e esta presidência tomou todas as devidas providências".
Segundo a revista, o ex e a atual presidente da Petrobras e um diretor da estatal tiveram acesso prévio às perguntas dos senadores. Também estariam envolvidos no caso dois servidores do Senado e um da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, além dos senadores petistas Delcídio Amaral e José Pimentel, que é relator da CPI. O presidente do Senado, Renan Calheiros, confirmou a investigação e aproveitou para descartar a possibilidade de extinção ou suspensão da CPI exclusiva, que chegou a ser pedida pelos senadores da oposição.
"Não precisa suspender nada, absolutamente. O que precisamos é apurar absolutamente tudo o que foi denunciado. A CPI é uma instituição que não pode sair arranhada e um instrumento fundamental de fiscalização e complemento do papel do Legislativo".
Na segunda-feira, PSDB e Democratas já haviam acionado o Ministério Público para investigar os citados na denúncia, sob a alegação de que eles cometeram crimes de falso testemunho, violação de sigilo funcional, improbidade e advocacia administrativa. Os dois senadores poderão responder a processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado. Outra instância de investigação será a CPI mista, composta por deputados e senadores, que investiga a mesma série de supostas irregularidades da Petrobras e também é presidida pelo senador Vital do Rego. O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno, apresentou vários requerimentos à CPI mista, nesta terça.
"Para que os funcionários do Senado e da CPI envolvidos sejam efetivamente responsabilizados; que senadores (envolvidos) sejam afastados; que os depoimentos feitos por meio de uma farsa sejam novamente convocados; e que todos os envolvidos venham esclarecer o porquê desta denúncia e de seus envolvimentos".
O Democratas já apresentou requerimento, no Plenário da Câmara, para cobrar esclarecimentos do ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini. Na segunda-feira, o relator da CPI, senador José Pimentel, do PT de Pernambuco, havia divulgado nota para rebater a denúncia e afirmar que uma relação de perguntas para os depoentes já constava do plano de trabalho da CPI. Esse argumento foi repetido, nesta terça, pelo deputado Fernando Ferro, também do PT pernambucano, em discurso no Plenário da Câmara.
"É extremamente ridícula essa tentativa de se criar um escândalo onde não existe. Em todas as CPIs, existem preparação de respostas e perguntas. Isso é natural de quem vem aqui enfrentar um tribunal de inquirição. (A denúncia) é só para declarar publicamente a incapacidade da oposição e de uma imprensa que, lamentavelmente, se transformou em um partido de oposição".
A CPI da Petrobras exclusiva do Senado, onde teria ocorrido o vazamento de perguntas, ainda tem mais de um mês de funcionamento pela frente e deve se reunir, nesta quarta-feira, para a votação de requerimentos. A CPI mista também se reúne nesta quarta, mas para ouvir o depoimento do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, sobre a polêmica compra da Refinaria de Pasadena, em 2006.








