04/08/2014 21:17 - Política
Radioagência
CPI da Petrobras: PSDB e Democratas acionam Ministério Público para apurar denúncias de revista
Oposição aciona Ministério Público e Conselho de Ética do Senado para apurar a antecipação de perguntas a convocados para depor na CPI da Petrobras no Senado. Os pedidos de investigação começaram a ser apresentados, nesta segunda-feira, por PSDB e Democratas, com base em denúncias da revista Veja. A oposição quer que o Ministério Público investigue os senadores petistas Delcídio Amaral e José Pimentel; o ex e a atual presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli e Graça Foster; o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, além de dois servidores do Senado (Marcos Rogério de Souza e Carlos Hetzel) e um da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (Paulo Argenta).
Segundo o deputado Carlos Sampaio, do PSDB paulista, eles cometeram crimes de falso testemunho, violação de sigilo funcional, improbidade administrativa e advocacia administrativa, em razão da defesa de particulares por funcionários públicos contra os interesses dos órgãos públicos aos quais estão vinculados.
"O que é mais preocupante é que eles se valeram de expedientes de transformar a CPI num teatro e num grande engodo, o que, na verdade, implica a prática de crimes por parte dos senadores que se envolveram nessa farsa e também por parte dos servidores que foram beneficiados com o gabarito para o treinamento que tiveram antes. Eles pegaram a CPI e a transformaram num estelionato inadmissível."
A oposição também pretende denunciar os dois senadores petistas ao Conselho de Ética do Senado por quebra do decoro parlamentar, nesta terça-feira. Na Câmara, o líder do DEM, deputado Mendonça Filho, apresentou requerimento de convocação do ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, para esclarecer o suposto envolvimento de servidor do Palácio do Planalto no caso. As suspeitas de irregularidades na Petrobras, sobretudo quanto à compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, são investigadas pela CPI exclusiva do Senado, onde teria ocorrido o vazamento prévio de perguntas para depoentes, e a CPI mista, formada por deputados e senadores.
O senador Vital do Rego, do PMDB da Paraíba e que preside as duas CPIs, divulgou nota em que se diz surpreso com as denúncias e garante que vai pedir investigação para apurar a possibilidade de fraude nos testemunhos prestados à comissão. Também por meio de nota, o relator da CPI, senador José Pimentel, do PT de Pernambuco, afirma que "não se reuniu nem orientou o depoimento dos investigados" e que o plano de trabalho da CPI, aprovado pelos senadores da comissão, já trazia uma relação de perguntas a serem respondidas pelos depoentes.
Além de reforçar o pedido para que a CPI investigue a denúncia, Pimentel apresentou requerimento, nesta segunda, para que a comissão solicite à revista Veja a íntegra do vídeo que deu origem à reportagem. Vice-líder do PT na Câmara e integrante da CPI mista, o deputado Afonso Florense saiu em defesa do governo.
"É mais um movimento eleitoral da revista Veja. O ex-presidente da Petrobras Gabrielli e a atual presidente Graça Foster apresentaram uma defesa muito consistente. A busca de novas trincheiras [pela oposição] decorre do fato de que está comprovado de que não há nada que desabone a gestão da Petrobras no governo do PT."
A CPI mista segue o cronograma normal de depoimentos e deve ouvir, na quarta-feira, o ex-diretor da área internacional da Petrobras José Luiz Zelada.








