31/07/2014 14:54 - Política
Radioagência
Ex-presidente da Petrobras America depõe na CPI e nega participação no caso Pasadena
Ex-presidente de subsidiária da Petrobras nos Estados Unidos nega participação no caso Pasadena. José Orlando de Azevedo prestou depoimento, nesta quarta-feira, na CPI mista que investiga irregularidades em negócios da Petrobras. Ele presidiu a Petrobras América, unidade da estatal brasileira nos Estados Unidos, entre (outubro de) 2008 e (janeiro de) 2013, época em que a Petrobras e a belga Astra Oil se enfrentavam na Justiça norte-americana em relação aos passivos da refinaria de Pasadena, comprada pelos brasileiros por cerca de U$ 1,2 bilhão de dólares entre 2006 e 2012. No entanto, Azevedo disse que, neste caso, apenas acompanhou o processo de arbitragem judicial e cumpriu ordens vindas do setor jurídico e, principalmente, da diretoria-executiva da Petrobras, no Brasil.
"Eu nunca tive nenhuma reunião com a Astra. O processo de gestão da Petrobras concentra as decisões estratégicas na diretoria-executiva porque é a diretoria-executiva que tem a visão do todo da empresa. Se você delega isso para as pontas, existiria um risco muito grande de presidentes de empresas decidirem só em seu benefício, o que, no fim, poderia estar prejudicando a Petrobras como um todo. É por isso que todas as decisões são colegiadas. Eu nunca conseguiria enxergar isso (estando) especificamente nos Estados Unidos".
A disputa judicial terminou em julho de 2012 com a obrigação de a Petrobras pagar U$ 820 milhões à Astra por 50% do controle da refinaria de Pasadena. Durante o depoimento, os partidos de oposição também exploraram o fato de José Orlando de Azevedo ser primo do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Para o líder do PPS, deputado Rubens Bueno, Azevedo omitiu informações à CPMI.
"Ele era o presidente da Petrobras (América Inc.), estava lá a mando do seu primo (Gabrielli) naquele período em que tivemos a maior dificuldade em termos de empresa e de negócios para o Brasil e é evidente que ele vai omitir e não vai dar as informações necessárias. O que está havendo é o espetáculo do aparelhamento feito levando a essa situação que envergonha 85 mil profissionais da Petrobras".
O relator da CPMI, deputado Marco Maia, do PT gaúcho, disse que o fato de Azevedo ser primo de Gabrielli é "irrelevante" e que o depoimento do ex-presidente da Petrobras América era "desnecessário" pois a comissão já dispunha das informações prestadas por Azevedo. Maia acredita que maior contribuição para a investigação será dada, na próxima semana (dia 6), durante o depoimento do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada. O relator comentou ainda a recente decisão do Tribunal de Contas da União que condenou ex-diretores da Petrobras por prejuízos no caso Pasadena.
"O TCU ainda está em processo de debate sobre as denúncias. Elas (decisões do TCU) ajudam e contribuem com o processo de investigação, mas não são determinantes. Nós vamos aqui aprofundar mais as investigações e quem sabe até identificar outros elementos que corroborem com os inquéritos possíveis que teremos no futuro em relação a essas denúncias envolvendo a Petrobras".
Além de Jorge Zelada, no dia 6 de agosto, a CPMI também pretende ouvir outro ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, possivelmente no dia 13.








