Radioagência

Um país que melhorou muito nos últimos 30 anos, mas ainda precisa lutar contra a desigualdade na renda. Este é o retrato do Brasil segundo o relatório das Nações Unidas sobre desenvolvimento humano. O país subiu uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, que leva em conta a renda, a escolaridade e a saúde da população. É considerado um país de alto desenvolvimento humano e ocupa hoje a posição 79 de 187 países pesquisados.

O Brasil teve crescimento acima da média regional da América Latina e Caribe, mas é o 5º colocado da região: Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela estão à frente do Brasil no IDH, com melhores indicadores sociais. Noruega e Austrália são os primeiros colocados do ranking.

Os números brasileiros melhoraram muito desde 1980, mas o Brasil continua com problemas na desigualdade de renda. Quando se leva em consideração o índice ajustado à desigualdade, o Brasil perderia 16 posições no ranking do IDH, exatamente por conta da desigualdade na renda.

Para o coordenador residente do Sistema ONU no Brasil, Jorge Chediek, os programas de transferência de renda têm papel fundamental no combate à desigualdade e devem ser aprimorados:

“Às vezes, a saída é intergeracional. Não vai ser possível que as pessoas saiam permanentemente da pobreza porque têm um capital social muito baixo: educação baixa, pertencem a regiões muitos pobres, têm muito pouco capital social. Para essas pessoas, precisa ter essa rede de sustento que representa esses programas de transferência condicionada.

Ao Congresso, um alerta: a baixa participação das mulheres no Parlamento influencia a desigualdade de gênero no Brasil. As mulheres brasileiras ocupam apenas 9,6% dos cargos do Congresso, enquanto a média mundial é de 21%.

Para a coordenadora do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, Andrea Bolzon, é preciso ampliar a participação feminina na política.

"O país tem muito ainda a avançar do ponto de vista de chamar as mulheres para o Congresso Nacional"