11/07/2014 18:14 - Relações Exteriores
Radioagência
Presidente da China visita Congresso na quarta-feira
Na próxima quarta-feira, o presidente da China, Xi Jinping, visitará o Congresso Nacional após participar da 6ª Cúpula do Brics em Fortaleza. O Brics é um grupo de países em desenvolvimento formado pelo Brasil, China, Rússia, África do Sul e Índia.
Xi Jinping deve inaugurar uma exposição fotográfica no Salão Verde da Câmara sobre as relações diplomáticas entre o Brasil e a China, que completam 40 anos em agosto. Em seguida, participa de sessão solene do Congresso no Plenário da Câmara.
Em abril, uma comitiva de deputados, composta pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e mais seis parlamentares, esteve na China para visita oficial de sete dias a convite do governo chinês. O deputado Felipe Maia, do DEM do Rio Grande do Norte, participou da visita:
"A China hoje é o país que mais cresce dentro do Brics. A média de crescimento do país é da ordem de 8,5% ao ano. Ano passado, a China cresceu 7,7%. O Brasil, infelizmente, é o país que menos cresce dentro do Brics. Ou seja, nós temos muito que aprender com modelos econômicos, com o que for positivo em relação à China e que se encaixe com o sistema político brasileiro, nós temos que tirar proveito".
A China tornou-se em 2009 o maior parceiro comercial do Brasil, ultrapassando os Estados Unidos. Em 2013, o comércio entre os dois países somou quase US$ 90 bilhões, 5,1% a mais do que no ano anterior.
O deputado Osmar Júnior, do PCdoB do Piauí e presidente do grupo parlamentar Brasil-China, destaca o crescimento dos acordos entre os dois países:
"O Brasil e a China, eles têm entre si mais de 70 tratados de relações institucionais, seja na área do comércio, seja na área dos direitos. Agora mesmo, em junho, a Câmara aprovou tratado de extradição, que já tinha sido firmado entre Brasil e China, correspondente à ampliação da presença de chineses no Brasil e de brasileiros na China".
A professora de Relações Internacionais da UnB, Danielly Ramos, conta que o Brasil tenta ser mais incisivo na sua relação comercial com a China:
"Então o Brasil faz pressão para que a China compre mais produtos agrícolas brasileiros, mais carne, mais milho, mais soja. O Brasil quer agregar valor aos produtos agrícolas exportados para a China e, para isso, convida a China a participar dos negócios agrícolas dentro do Brasil. Ou seja, em vez de exportar soja, exportar óleo de soja. Os impostos chineses para importação de óleo de soja são altíssimos, muito mais altos do que a importação de grãos. Então o Brasil quer que a China produza óleo no Brasil em vez de processar este óleo nos seus portos".
Danielly Ramos afirma, porém, que o Brasil tem se preocupado mais em se proteger do avanço chinês do que em atacar. Ela também diz que a pauta comercial é desequilibrada porque 80% das exportações brasileiras para a China são de produtos primários e se concentram em soja, ferro e petróleo.
Fabrizio Panzini, da Confederação Nacional da Indústria, afirma que a China está mudando seu perfil de crescimento e isso pode representar oportunidades para o Brasil:
"Não mais baseado tanto em investimentos em infraestrutura tão elevados e exportações de vários tipos de produtos, mas a China deve crescer muito mais no seu mercado consumidor interno e no seu setor de serviços, que hoje é subdesenvolvido".
Na reunião do Brics também deverão ser criados, segundo a Agência Brasil, o banco e o fundo do Brics. Eles seriam órgãos complementares ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional. O fundo terá capital inicial de US$ 100 bilhões para fazer face a eventuais desequilíbrios financeiros dos países do grupo.








