25/06/2014 17:15 - Direito e Justiça
Radioagência
Relator do processo contra Andre Vargas dispensa testemunhas por não comparecer
Diante da reiterada ausência das testemunhas convidadas a depor no processo contra o deputado André Vargas do PT do Paraná, o relator no Conselho de Ética, deputado Júlio Delgado do PSB de Minas Gerais resolveu dispensar três delas nesta quarta-feira.
Andre Vargas é investigado por supostamente ter atuado em favor da empresa Labogen, que pretendia fechar um contrato com o Ministério da Saúde para fornecimento de remédios. A Labogen seria um laboratório de fachada do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na operação Lava Jato, de combate à lavagem de dinheiro. O deputado, que ainda não declaarou oficialmente à Câmara a sua desfiliação do PT, nega as acusações.
O relator Júlio Delgado resolveu abrir mão das testemunhas porque o deputado estadual e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores Rui Falcão e deputado federal Vicentinho do PT de São Paulo, líder da legenda na Câmara, nem sequer se manifestaram sobre o depoimento no Conselho de Ética.
Já Carlos Augusto Gadelha, secretário do Ministério da Saúde, disse que está impossibilitado de comparecer. Por conta disso, o relator solicitou uma diligência, requerendo ao Ministério da Saúde todas as audiências celebradas entre as empresas e deputados federais desde agosto de 2013 até hoje.
Por outro lado, o relator Júlio Delgado confirmou outros depoimentos para o início de julho, a exemplo do doleiro Alberto Youssef, que vai prestar esclarecimentos ao Conselho de Ética por meio de videoconferência. O deputado anunciou a agenda.
"No dia 1º, à tarde, ouvindo o deputado Cândido Vaccarezza, que confirmou presença. No dia 2, pela manhã, nós teremos os dois proprietários da empresa Labogen. Depois, estamos aguardando a resposta aos convites feitos ao presidente da empresa de aviação Bernardo Tosto e, por último, vamos ouvir, das testemunhas arroladas pela relatoria, o senhor Yousseff, no dia 2, à tarde. Logo depois da oitiva do Youssef, que também é uma testemunha arrolada pela defesa, nós começamos a ouvir as testemunhas de defesa."
Delgado quer votar o relatório antes do recesso parlamentar de julho, mas o que classificou de "manobras protelatórias podem atrasar o processo. Ele citou o empresário paranaense Luiz Vezozo, incluído pela defesa na lista de testemunhas.
"Já há uma testemunha de defesa que pode ser considerada indispensável e coloca que só pode vir depor depois do final da Copa do Mundo, quer dizer, deixa claro que por compromissos e agendas que tenha não há um interesse de contribuir com os trabalhos de elucidação aqui do Conselho de Ética."
O advogado Michel Saliba, defensor de André Vargas, descartou qualquer tentativa de atrasar o andamento do processo. O prazo para votação do relatório do caso Vargas expira em 5 de setembro.
Ainda nesta quarta, o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar do PSD de São Paulo informou que a defesa escrita do deputado Luiz Argôlo do SD da Bahia já foi protocolada. Argôlo também responde a processo no Conselho por suposto envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal. O prazo para a instrução do processo é de 40 dias.








