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Sentimentos contraditórios. É assim que a coordenadora da bancada feminina da Câmara dos Deputados desenha o cenário do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.

Dia Internacional da Mulher é comemorado em 8 de março

Segundo a deputada Jô Moraes (PCdoB/MG), não se pode deixar de reconhecer avanços, mas ainda há um longo caminho a percorrer no esforço para a valorização da brasileira.

"Nós estamos, no Dia Internacional da Mulher, carregados de sentimentos muito contraditórios. Nós temos uma mulher na presidência, nós vimos crescer os 25% de presença de mulheres nos ministérios, nós vimos crescer o número de doutoras. Ao mesmo tempo, nós enfrentamos essa luta cotidiana da falta de infraestrutura para as mulheres trabalharem, dificuldades de creches. É por isso que estamos concentrando a nossa preocupação em fazer com que as mulheres ocupem espaços de poder."

De fato, as mulheres ocupam hoje apenas 9% das vagas da Câmara dos Deputados e 13% das cadeiras do Senado. Para tentar reverter essa proporção, a bancada feminina listou como prioridade para 2014 a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 590/06) apresentada pela deputada Luisa Erundina (PSB/SP) que determina a presença de pelo menos uma mulher na composição das Mesas Diretoras e das comissões permanentes na Câmara e no Senado. A proposta está pronta para o Plenário.
Em 2012, a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) ocupou a 1ª vice-presidência da Câmara, mas, no ano passado, a bancada feminina voltou a ficar sem representante na Mesa Diretora. A situação se repetirá neste ano, porque o mandato é de dois anos.

Segundo Jô Moraes, ao ocupar esses "cargos de poder", as mulheres vão ajudar a resolver questões que também afetam homens, idosos e crianças.

"Vão definir políticas públicas que atendam metade da humanidade: creches, assistência à saúde, apoio ao enfrentamento à violência e, sobretudo, esse empoderamento da mulher. A mulher é capaz. Ela é que não sabe da sua força."

A proposta de Emenda à Constituição da deputada Luísa Erundina foi aprovada por comissão especial em 2009 e chegou a ser incluída na pauta do Plenário em 2010, mas não houve acordo para votação.
Apesar das resistências, Jô Moraes garante que a bancada feminina vai continuar empenhada na votação desse e de outros projetos que vão permitir maior participação das mulheres na política.

Além da proposta que garante a presença das parlamentares em cargos importantes do Congresso, a bancada feminina também quer a aprovação da PEC de autoria da deputada Alice Portugal (PCdoB/BA) que garante a equidade de gênero no trabalho e projetos que preveem punição mais rígida para quem praticar violência contra as mulheres.