21/02/2014 14:07 - Política
Radioagência
Líderes da base insatisfeitos com governo formam bloco informal
Os principais partidos da base aliada ao governo na Câmara dos Deputados, com exceção do PT e do PCdoB, articulam a formação de um bloco informal para propor a votação de pautas independentemente da vontade do Planalto.
Além de PMDB, PP, PSD, PSC, PDT, PTB, PR e PROS, também participa do grupo o oposicionista Solidariedade.
Na primeira reunião, o tom entre os integrantes do bloco foi de insatisfação com a maneira como o governo tem tratado as bancadas, como exemplificou o líder do PSD, deputado Moreira Mendes (RO).
"Não é rebelião contra o governo. Ninguém está lá para dizer que "aqui não se faz mais nada". Nós queremos um tratamento diferente, respeitoso. Assim como a gente respeita o Executivo, o Executivo tem que respeitar também a Câmara dos Deputados. Vou te dar exemplo. Assumi a liderança do meu partido no dia 04 de fevereiro. No dia 05 de fevereiro, pedi audiência com o ministro-chefe da Casa Civil. Nós estamos no dia 21 de fevereiro e eu mal consegui falar duas vezes com o chefe de gabinete dele. E sou líder do terceiro ou quarto maior partido da Câmara. Isso é uma desconsideração absoluta. E o que acontece comigo acontece com todos os outros deputados."
Anfitrião do encontro, o deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG) destacou que os partidos do chamado bloco informal querem dividir com o governo e o PT a definição das pautas de interesse do país. Ele informou que uma próxima reunião já está marcada para terça-feira, dia em que tradicionalmente acontece também a discussão da pauta da semana entre o presidente da Câmara e os líderes de todos os partidos com representação na Casa.
"Nós queremos é discutir a pauta, é ver os projetos de interesse do Brasil e não apenas projetos de interesse só do governo e do PT. (...) Nós temos uma reunião pautada para terça-feira, na qual a gente vai começar a discutir essa pauta. E é importante salientar que esta pauta terá o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, que esteve presente na reunião e que assumiu o compromisso de discutir sempre a pauta porque nós sabemos que a prerrogativa da pauta é do presidente da Câmara. Mas, nesse caso, ele tem um compromisso conosco de discutir com esse bloco informal a pauta que serve para ser votada na semana."
O vice-líder do governo José Guimarães (PT-CE) aposta no diálogo para reverter possíveis tensionamentos entre o PT e os demais partidos da base, sobretudo o PMDB.
"Acho pouco provável que se forme bloco contra o PT. Acho que isso não é razoável pelo nosso papel, a nossa força, enfim, a política que a bancada do PT empreende com os aliados na Câmara. Portanto, a gente não tem que fomentar esse tensionamento. Temos que conversar com o presidente da Casa, com o Eduardo Cunha, para não deixar que essas futricas interditem o diálogo que sempre é necessário e nós teremos que ter, sobretudo com o PMDB."
A equipe da Rádio Câmara tentou contato com o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), mas não obteve retorno.








