24/09/2013 20:32 - Agropecuária
Radioagência
Distribuidores de gás e Embrapa defendem uso do GLP no agronegócio
Representantes dos distribuidores de GLP, gás liquefeito de petróleo, e da pesquisa agropecuária defenderam nesta terça-feira (24) o uso do combustível no agronegócio durante audiência pública da Comissão de Agricultura.
No Brasil, o gás é mais conhecido como gás de cozinha ou usado para o aquecimento da água do banho, por exemplo. O potencial do GLP vem sendo aproveitado amplamente no agronegócio em países como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Japão.
Para o presidente do Sindigás, Sindicato dos Distribuidores de Gás Liquefeito de Petróleo, Sergio Bandeira de Melo, o GLP é ideal para o agronegócio porque ele pode ser estocado por tempo indefinido e, atualmente, chega a todo o território nacional.
"No agronegócio, o que vem se destacando no Brasil e no mundo todo é a secagem de grãos, porque você consegue controlar perfeitamente a temperatura da torre com um manuseio muito fácil, muito fino, com baixíssima quantidade de mão de obra, além do que você não contamina seus grãos com elementos cancerígenos e particulados que possam vir da queima de lenha."
Além do aquecimento de grãos, o gás pode ser usado para ações como aquecimento de ambientes na avicultura e suinocultura e combate a pragas e ervas daninhas. Para o deputado Moreira Mendes, do PSD de Rondônia, que sugeriu o debate, falta conhecimento dos agricultores sobre as possibilidades de uso do gás.
O especialista no controle de pragas da Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, José Eudes de Oliveira, afirmou que o GLP pode ajudar a reduzir o uso de agrotóxicos pela agricultura brasileira. Segundo ele, o controle térmico de pragas traria o efeito desejado e manteria as características das plantações.
Para o superintendente de Abastecimento da ANP, Agência Nacional do Petróleo, Aurélio Amaral, não há perigo de escassez.
"O consumo de GLP cresce mais ou menos em linha com a produção. Hoje, a gente importa um volume razoável, mas o impacto desses novos usos... não teria um grande impacto essa nova utilização, em torno de 7% pelos estudos que a gente tem."
Em 2012, o consumo de GLP no país ficou em pouco mais de 7 milhões de toneladas, de acordo com levantamento do Sindigás. Desse total, cerca de 20% foram importados.
Moreira falou que os deputados vão trabalhar para o fim das restrições ao uso do GLP impostas por lei (8.716/91) criada para conter a demanda pelo gás em meio à Guerra do Golfo, em 1991. Na época, o Brasil importava quase 50% do petróleo consumido e 80% do GLP. A lei definiu como crime contra a ordem econômica o uso de GLP em motores, saunas, caldeiras e aquecimento de piscinas ou para fins automotivos.
Uma sugestão do deputado seria a aprovação de proposta (PL 2943/11) do ex-deputado Eduardo Gomes, que retira as restrições ao uso do GLP da lei. O texto foi aprovado em junho de 2012 na Comissão de Minas e Energia e está pronto para votação na Comissão de Constituição e Justiça.








