04/07/2013 17:41 - Meio Ambiente
04/07/2013 17:41 - Meio Ambiente
Um desafio se impõe a produtores rurais e ambientalistas no País. Como utilizar agrotóxicos em determinadas culturas sem provocar a morte de abelhas responsáveis pela reprodução de plantas utilizadas na alimentação? O problema vem sendo estudado no Brasil há pelo menos quatro anos e foi discutido na Comissão de Meio Ambiente, a pedido do deputado Antônio Roberto, do PV mineiro.
Representantes dos apicultores e do Ministério do Meio Ambiente relataram casos de mortalidade e apontaram como maior culpado o uso de agrotóxicos neonicotinoides. Há suspeitas de que a substância cause a morte de abelhas.
No ano passado, o Brasil proibiu a pulverização aérea de quatro tipos de agrotóxicos. Por outro lado, na Câmara tramita um projeto (PDC 809/12) que prevê a suspensão da medida, prevista em decisão do Ibama.
O coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, Márcio Freitas, explicou que cabe ao órgão regular agrotóxicos.
"No Brasil, o Ibama ainda está fazendo a reavaliação, ainda não concluiu essa reavaliação e esses produtos podem ser utilizados, com exceção da pulverização aérea que está proibida e ela foi flexibilizada para algumas culturas. Até o segundo semestre deste ano, elas podem ser utilizadas na cultura de algodão, de soja, trigo e arroz, mas fora do período de floração."
Na audiência, alguns debatedores destacaram, por outro lado, a importância do uso de agrotóxicos para a agricultura brasileira. A diretora-executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola, Silvia de Toledo Fagnani Ligabó, por exemplo, lembrou que os defensivos são um dos fatores que levam ao aumento da produtividade.
Silvia reconheceu, no entanto, a importância dos polinizadores, cuja falta pode gerar perdas de 10% na agricultura.
"A nossa busca atual é um diálogo, uma convivência, garantir a polinização e também o uso dos defensivos agrícolas para que, cada vez, a gente tenha uma produção agrícola mais sustentável e de maior qualidade."
Em todo o mundo, 87,5% das espécies de plantas com flores conhecidas dependem de polinizadores, entre insetos, pássaros e mamíferos. Entre as culturas para alimentação humana, 75% delas dependem desses animais para produzir frutos e sementes, como caju, pimentão, morango, tomate e girassol. O trabalho dos polinizadores é avaliado em 153 bilhões de euros (R$ 425 bilhões) por ano.
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