Radioagência

O Orçamento da União deste ano, que está na pauta de votações do Congresso, inclui R$ 2,26 bilhões para o programa de submarinos da Marinha. O valor subiu R$ 111 milhões em relação ao ano passado, e a expectativa da Marinha é que continue subindo, à medida que a construção dos submarinos avança e que se aproxima a exploração do petróleo na camada pré-sal.

O programa prevê a construção de cinco submarinos até 2025 - quatro deles convencionais, movidos a diesel, e um com propulsão nuclear. O primeiro submarino convencional começou a ser construído na França e será concluído em um estaleiro que está em fase de construção em Itaguaí, no Rio de Janeiro. Os outros três serão construídos no Brasil, assim como o submarino nuclear, que deverá entrar em operação em 2025.

Os submarinos vão se somar aos recursos de que a Marinha já dispõe para proteger as águas sob jurisdição do Brasil, com destaque para as áreas de exploração de petróleo, como explica o contra-almirante José Renato, subchefe do Comando de Operações Navais, no Rio.

"Nós temos acordos com a Petrobras de patrulhar as proximidades das plataformas e também um projeto que nós temos que o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, que é um sistema enorme, que está sendo desenvolvido ainda (cortar), para fazer a vigilância de toda a Amazônia Azul por meio de satélites, radares e assim por diante."

As águas sob jurisdição brasileira são chamadas de Amazônia Azul por causa do seu tamanho e da sua riqueza, que são comparáveis aos da Amazônia verde.

O contra-almirante José Renato explica que a vantagem do submarino nuclear em relação ao convencional, além da maior rapidez e maior poder de fogo, é o fato de não precisar subir à superfície para recarregar as baterias, podendo ficar indetectável durante meses.

"É uma arma de dissuasão em todos os aspectos e de vigilância também (cortar). A discrição é uma das características mais importantes dele. Então, é a dúvida de ter um meio te vigiando constantemente. O submarino de propulsão nuclear é um grande avanço em todos os aspectos."

Segundo o contra-almirante, a fiscalização da Marinha inclui aspectos ambientais, como coibir a pesca no período de reprodução dos peixes e relatar manchas de óleo no mar.

"Nos nossos navios-patrulha embarca pessoal do Ibama, da Polícia Federal... Agora mesmo, há algum tempo atrás, houve um pedido do Ibama para que nós participássemos em operações do Nordeste para o defeso da lagosta, para coibir a pesca da lagosta durante o defeso.

As águas sob domínio econômico do Brasil se estendem a 200 milhas além da linha costeira, podendo chegar a 300 milhas se houver exploração de petróleo. A linha da costa tem cerca de 8.500 km de extensão.