Radioagência

A redução de 20% em média na conta de luz anunciada na quarta-feira pela presidente Dilma Rousseff será feita com recursos da usina de Itaipu. O Tesouro deve gastar mais de R$ 8 bilhões para garantir a redução de 18% para a conta de luz residencial e até 32% para indústria, agricultura, comércio e serviços.

Os valores são maiores que o dito pela presidente em setembro do ano passado, quando a previsão era de 16% em redução para residências e 28% para as indústrias.

O custo inicial previsto em setembro pelo governo era de R$ 3 bilhões anuais para compensar a redução dos encargos no setor elétrico. Como algumas empresas geradoras de energia estaduais, como a Cesp de São Paulo e a Cemig de Minas, não aceitaram renovar suas concessões com preços menores, o governo teve de rever o cálculo para conseguir manter a meta de redução média de 20%, segundo explica o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão [sonora].

Segundo Lobão, o Tesouro tem para receber, até 2023, em torno de 14 a 15 bilhões de dólares em recursos de Itaipu.

A equipe do setor energético não esclareceu, porém, qual seria a destinação dos recursos de Itaipu a serem usados para manter a redução nas tarifas aos consumidores, nem como o Tesouro vai equilibrar as contas públicas.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, não soube explicar se a receita de Itaipu não deve fazer falta no futuro [sonora].

O ministro Lobão afirmou também que nenhum programa social do setor elétrico, como o desconto para consumidores de baixa renda ou o Luz para Todos, será interrompido para garantir os cortes nas tarifas de energia.