31/10/2012 15:34 - Direitos Humanos
31/10/2012 15:34 - Direitos Humanos
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara enviou nesta quarta-feira uma carta à presidente Dilma Rousseff pedindo que o governo tome providências para resolver a questão dos índios da etnia Guarani Kaiowá, ameaçados de despejo de parte de uma fazenda que ocupam no Mato Grosso do Sul. Segundo a primeira vice-presidente do colegiado, deputada Erika Kokay, do PT do DF, o Executivo deve indenizar os fazendeiros da região e entregar a posse da terra aos índios.
Uma decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região reverteu uma sentença de primeira instância que determinava a remoção dos índios da fazenda Cambará, no município de Iguatemi, a 462 quilômetros de Campo Grande. A decisão, no entanto, é provisória, e, segundo Kokay, insuficiente, porque destina aos índios apenas um hectare de terra. (sonora)
A declaração foi feita durante coletiva de imprensa, da qual também participou o líder indígena Elizeu Lopes. Ele reclamou do incremento dos casos de violência contra os índios na região e disse que lideranças das comunidades vêm sendo assassinadas periodicamente por empregados das fazendas. (sonora)
Elizeu Lopes também comentou uma suposta ameaça de suicídio coletivo dos 170 índios ameaçados de despejo. Segundo ele, o suicídio não faz parte da cultura do seu povo. O Conselho Indigenista Missionário já havia divulgado uma nota em que nega essa possibilidade. Segundo o Cimi, os 555 casos de suicídio identificados nos últimos 11 anos entre essas comunidades são sim decorrência da falta de perspectiva e das péssimas condições de vida dos índios. Mas, segundo o órgão, nenhum dos casos ocorreu em grupo, de forma organizada.
A diretora do Conselho Federal de Psicologia, Monalisa Barros, também levantou a possibilidade de que assassinatos na região estejam sendo encobertos pela hipótese de suicídio. (sonora)
Além da comunidade de Iguatemi, outras duas comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul estão sendo ameaçadas de despejo em razão de decisões judiciais - a de Passo Piraju e em Nhu Verá. O Ministério Público já anunciou que irá recorrer de todas as decisões contrárias aos índios na região.
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