11/04/2011 19:59 -
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Após o massacre de adolescentes numa escola do Rio de Janeiro, o deputado Sandro Mabel, do PR de Goiás, pede urgência ao projeto de lei de sua autoria (PL 496/2011) que prevê a instalação de portais de raio X em escolas de todo o país.
Pela proposta, todas as pessoas, ao tentarem ingressar em estabelecimentos de ensino, serão submetidas à inspeção por detector de metais e terão pertences verificados em aparelhos de raios X.
Aprovado o projeto, a instalação dos equipamentos começaria pelas escolas com maior índice de violência.
Para Sandro Mabel, apesar da repercussão apenas nos grandes casos, os episódios de violência têm se generalizado. Sandro Mabel justificou sua proposta.
"Um massacre desse é uma coisa isolada mas, por exemplo, aqui no meu estado e em todos estados, você vê: um aluno enfiou uma faca no outro - porque não é só a arma de fogo, você tem a arma branca, as facas, os punhais, uma série de outros tipos de armas que são levadas para as escolas. Tem pesquisa que mostra que 70% dos alunos dizem já viram algum tipo de arma dentro da escola."
Mas entre os educadores há desconfiança quanto à eficácia da medida, pela dificuldade de revistar centenas ou até milhares de alunos a cada novo dia de aula. Também criticam os altos custos da proposta, recursos que poderiam ser destinados a resolver outras carências urgentes das escolas brasileiras.
O presidente do Conselho Nacional de Educação, Antônio Carlos Ronca, resume as discordâncias argumentando que o combate à violência deve priorizar as causas, e não se basear apenas na repressão.
"A violência, nós devemos enfrentar com planos muitos mais amplos, em que efetivamente toda a comunidade passe a cuidar disso, não por meio de detectores, por que nós daqui a pouco vamos transformar as escolas em uma prisão, em algo que você, para entrar, precisará passar por inúmeros obstáculos, e aí você perde todo o caráter educativo que a escola tem que ter."
O deputado Sandro Mabel quer que a urgência do projeto seja debatida na próxima reunião de líderes com o presidente da Câmara. Caso consiga convencer líderes que representem pelo menos 256 deputados, um requerimento de urgência será apresentado. Se aprovado, o projeto tramitará nas comissões especializadas simultaneamente, e com prazo de apenas cinco sessões para todas elas.
De Brasília, Lincon Macário.
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