02/12/2025 19:14 - Educação
Radioagência
Presidente do Inep descarta irregularidades no Enem deste ano em audiência na Câmara
PRESIDENTE DO INEP DESCARTA IRREGULARIDADES NO ENEM DESTE ANO. A REPÓRTER MARIA NEVES ACOMPANHOU A AUDIÊNCIA NA CÂMARA.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, assegurou, em audiência na Câmara dos Deputados, a segurança e a validade do Enem de 2025. Devido à metodologia utilizada no exame, o especialista garantiu que a anulação de três questões não compromete em nada o resultado da avaliação. Manuel Palácios também garantiu que não houve vazamento de questões da prova.
Manuel Palácios compareceu à Comissão de Educação para explicar boatos de que teriam ocorrido irregularidades no exame devido à semelhança de algumas questões com itens constantes de material de um curso preparatório.
O presidente do Inep explicou que o objetivo do Enem é avaliar o quanto o estudante aprendeu ao longo de sua trajetória escolar.
“O que se quer com a prova é estimar com o máximo de precisão possível o quanto das aprendizagens previstas para o percurso da educação básica, o estudante conseguiu efetivamente realizar, o quanto ele aprendeu ao longo do seu processo. É diferente de perguntar, de um conjunto de conteúdos, qual o percentual de acertos que você teve.”
Ainda de acordo com Manuel Palácios, o número de questões aplicadas no exame é superior ao considerado necessário para avaliar esse conhecimento adquirido pelo aluno no ensino básico. Por isso, a anulação de um número pequeno de itens da prova não comprometeria o resultado geral.
O presidente da Comissão de Educação, deputado Maurício Carvalho (União-RO), argumentou que a polêmica em torno da prova realizada no dia 19 de novembro pode comprometer a credibilidade do Enem, que hoje representa o principal instrumento de acesso ao ensino superior no país.
“O que está em jogo aqui é a isonomia do exame, a lisura do processo e a confiança pública na maior avaliação educacional do país diante das alegações de que pelo menos oito questões teriam sido antecipadas em matéria de cursos preparatórios, e de que o número pode chegar a 11, a pergunta que o Brasil faz é direta, como garantiram um exame justo e a validade do Enem em 2025, quando há forte indício de quebra de isonomia?”
Maurício Carvalho questionou ainda por que, diante desses rumores, foram anuladas apenas três questões do Enem.
De acordo com Manuel Palácios, assim que tomou conhecimento dos ruídos relacionados à prova, reuniu especialistas das áreas envolvidas – ciências da natureza e matemática – e a Polícia Federal no instituto para investigar o que havia ocorrido. Segundo afirmou, naquele momento decidiram anular as três questões por precaução, para preservar o exame, uma vez que não havia ainda clareza sobre os acontecimentos.
“A polícia federal imediatamente entrou em ação, e nós começamos a fazer uma investigação completa do que tinha se passado. Ficou evidente de que não havia, primeiro, nenhum vazamento do Enem e, segundo, que o que havia naquelas 900 questões, que certamente aquele jovem usava para as sessões de treinamento, que o que havia ali não trazia nenhum problema técnico para o Enem. Qual foi a decisão que tomamos? Dizer que não havia qualquer risco para o Enem, que continuávamos em condições de produzir resultados confiáveis, precisos e justos.”
Manuel Palácios explicou ainda que o Enem tinha questões avaliadas em 10 pré-testes, realizados de 2013 a 2024. Ele esclareceu que cada pré-teste utiliza 800 questões, das quais cada participante responde 80, 20 de cada área de conhecimento, que são linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Maria Neves.








