28/08/2025 14:13 - Política
Radioagência
Estudos trazem novos dados sobre violência de gênero na política
ESTUDOS TRAZEM NOVOS DADOS SOBRE VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA POLÍTICA. A REPÓRTER MONICA THATY ACOMPANHOU O LANÇAMENTO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS.
Dois estudos sobre violência de gênero no âmbito político foram lançados na Câmara dos Deputados (dia 27/08, quarta-feira) com o apoio da Secretaria da Mulher. O evento marcou os quatro anos da Lei que tipifica o crime de violência política de gênero com o objetivo de garantir um ambiente mais plural, seguro e inclusivo.
A pesquisa apresentada pelo Instituto Marielle Franco, com o título "Regime de Ameaça: Violência Política de Gênero e Raça no Âmbito Digital", traz dados inéditos sobre violência nas redes sociais.
A diretora Executiva do Instituto, Luyara Franco, destaca que o combate à violência política de gênero e raça precisa de um de um trabalho conjunto dos Três Poderes e das entidades da sociedade civil organizada para trazer soluções e o cumprimento da lei.
“Acho que tem novas legislações, mas também fazer valer o que já, o que já tem, né? A gente tem o plano nacional Mariele Franco, de enfrentamento à violência política de gênero e raça, então, que o TSE e os ministérios consigam colocar isso em pauta e em prática, já que a gente já tem isso estabelecido”.
Já o Instituto Alziras divulgou a segunda edição do Monitor de Violência Política de Gênero e Raça 2025, avaliando a efetividade da Lei e com um panorama das ações penais eleitorais em curso.
A Diretora do Instituto Alziras, Michelle Ferreti, também reforça a necessidade de se cumprir a legislação, principalmente para responsabilizar os agressores.
“A gente vê que em 4 anos de legislação, a gente ainda não teve nenhuma condenação definitiva, transitada e julgado ainda e é muito importante que haja uma cooperação entre os órgãos e uma articulação interinstitucional para garantir, de fato, condições mais seguras para que as mulheres brasileiras na sua diversidade possam participar da política, porque quando as mulheres são vítimas, a democracia também é vítima”.
A deputada Socorro Neri (PP-AC) coordena o eixo do Observatório Nacional da Mulher na Política que trata sobre a violência e, para ela, apesar dos avanços, ainda existe uma grande violência que evita que mulheres participem ativamente da vida pública.
“Hoje estamos sub representadas, mas essa participação só se dará quando o ambiente político, as estruturas partidárias e também o exercício de mandatos nas casas legislativas, nos executivos estaduais, municipais forem ambientes seguros, em que a mulher se sinta respeitada, valorizada em sua voz, em seu papel de representante da população”.
As mulheres são cerca de 52 por cento da população brasileira, mas a representação na política ainda é pequena. Na Câmara, por exemplo, a bancada feminina corresponde a menos de 18 por cento do total de deputados.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Mônica Thaty.








