27/08/2025 16:48 - Meio Ambiente
Radioagência
Agentes públicos de diversos órgãos afirmam que faltam recursos para o enfrentamento das mudanças climáticas
AGENTES PÚBLICOS DE DIVERSOS ÓRGÃOS AFIRMAM QUE FALTAM RECURSOS PARA O ENFRENTAMENTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. A REPÓRTER SILVIA MUGNATTO ACOMPANHOU A DISCUSSÃO COM PARLAMENTARES.
Praticamente todos os agentes públicos que participaram de audiência da Comissão Mista de Orçamento sobre as mudanças climáticas disseram que faltam recursos para lidar com o problema. Marcelo Medeiros, diretor interino da Agência Nacional de Águas, disse que há o risco de desligamento de parte das estações que monitoram os recursos hídricos do país:
“A nossa projeção é que, se isso se continua, até o final do ano que vem a gente vai desligar, mais ou menos, 40% daquela rede de monitoramento, que é a maior da América Latina. E, ainda assim, se vocês lembrarem do mapa, tem um monte de buraco em branco que a gente não cobre. Na maior parte do Brasil, quem cobre as bacias é só a ANA, os estados também não têm recurso, são poucos estados que operam com rede de monitoramento.”
Segundo Marcelo, as mudanças climáticas devem fazer com que todos os estados enfrentem cenários de menos água por volta de 2040. Ele explicou que o aumento da temperatura faz com que a água evapore mais fortemente e gere chuvas de alta intensidade. Há então perda de água porque o solo não consegue absorver tudo.
Ewerthon Marques, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, disse que o orçamento é baixo e falho. Ele deu o exemplo do programa de carros-pipa que teve metade dos recursos necessários previsto na lei orçamentária deste ano. A consequência é a necessidade de aprovação de créditos suplementares:
“Porque a gente precisa, de fato, discutir que desastre não tem que ser discutido após o desastre, mas sim antes do desastre. A gente não deve esperar acontecer o desastre para aportar recursos porque isso sai muito, muito mais caro.”
O deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE), que propôs a audiência, disse que os colegas precisam dar ao problema das mudanças climáticas a atenção que ele merece:
“Às vezes as vontades e as intenções são muito ligadas aos anseios políticos e eleitorais. Mas é importante que os colegas compreendam que enquanto não tivermos orçamento definido para as políticas de combate às emergências climáticas, a população será afetada. Essa população que vota, que elege...”
Ana Paula Cavalcante, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, disse que o governo está estruturando o Plano Clima para cumprir com as metas de redução de emissões de gás carbônico que apresentou ao mundo no ano passado. O plano tem metas de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas. Ana Paula disse que, no dia 10 de setembro, serão lançados três câmaras que vão ouvir sociedade, cientistas e estados e municípios sobre essa política climática.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Silvia Mugnatto








