25/06/2025 15:06 - Direito e Justiça
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MINISTÉRIO BUSCA COLOCAR DESIGUALDADE RACIAL NA DISCUSSÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS. A REPÓRTER SILVIA MUGNATTO ACOMPANHOU DEBATE SOBRE O TEMA CENTRO DE ESTUDOS DA CÂMARA.
O Ministério da Igualdade Racial tem buscado introduzir o debate sobre desigualdade racial em todas as políticas públicas do governo. Esta missão foi citada pela coordenadora da Secretaria de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial do ministério, Taís Machado, em audiência pública (17/06) do Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara, o Cedes, sobre as políticas relacionadas às mulheres negras.
Taís Machado explicou que é importante que as políticas não só sejam feitas com um olhar voltado para as mulheres negras, mas por elas:
“É que a transversalidade da igualdade racial e do combate ao racismo precisa ser pensada em todo o ciclo de políticas públicas. Na sua formulação, na sua execução, no monitoramento, na avaliação. Porque a gente parte muito do princípio de que não existe uma política pública neutra.”
Segundo Taís Machado, dados de 2024 mostram que as mulheres negras tinham rendimento médio de R$ 2.079 reais, enquanto as brancas recebiam R$ 3.404. As famílias chefiadas por mulheres negras também estariam mais sujeitas à insegurança alimentar.
Adriana Sousa, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, disse que entre 1992 e 2001 o total de mulheres negras médicas dentro do universo dos médicos passou de 4% para 8%. Já o total de mulheres brancas médicas aumentou três vezes. Em um período de 30 anos após 1990, o percentual de mulheres negras advogadas não passou de 12% do total da categoria. Para Adriana, isso mostra que, mesmo após a superação da barreira educacional, as diferenças persistem.
A deputada Dandara (PT-MG), que solicitou a audiência, também citou a questão da violência política:
“Ser mulher negra nos espaços de poder e desafiar o racismo, o machismo, a LGBTfobia, a ordem vigente, é enfrentar poderes instituídos. E a gente sabe que a nossa presença incomoda porque nós ameaçamos o privilégio, a máquina, quem quer o poder pelo poder.”
Itanacy Oliveira, da Casa da Mulher do Nordeste, contou que a entidade tem se dedicado ao aumento da participação das mulheres negras na política.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Silvia Mugnatto
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